“De tanto considerar-se um país da OCDE, distanciado da América Latina, o “tigre latinoamericano”, o Chile ganhou um Berlusconi. Esse é o molde de Sebastien Piñera, recém eleito presidente do Chile, fazendo com que a direita volte ao governo – depois de ter ocupado violentamente o poder, mediante uma ditadura militar, de 1973 a 1990.” A ironia é do cientista político Emir Sader, em artigo na edição digital da Agência Carta Maior – http://www.agenciacartamaior.com.br
Herança em cheque
Embora lamente que, durante as décadas que se seguiram ao fim da ditadura de Pinochet, a esquerda chilena não tenha sabido construir uma alternativa antineoliberal naquele país, Sader diz que, apesar do elevado preço a ser pago pela derrota, esta abre uma possibilidade positiva: “O povo chileno pagará caro esse erro da esquerda, que agora tem, pelo menos, a possibilidade de colocar em questão o modelo herdado do pinochetismo.”
Olhar para a AL
Para que consiga construir uma alternativa ao neoliberalismo no Chile, Sader aconselha a esquerda chilena a “olhar para a América Latina, para ver distintas expressões de governos populares e de blocos sociais e políticos que levam a cabo esses governos, como referência, para que o Chile volte a assumir seu lugar no processo de integração regional e de construção de alternativas efetivamente de esquerda, nas terras de Allende, Neruda e Miguel Enriquez”.
Exército do ronco
Cerca de 40% da população brasileira sofrem com algum distúrbio que interrompe o sono, das quais 30% roncam e 4% sofrem de apnéia. Considerando que a população do Rio de Janeiro é de cerca de 6 milhões de pessoas, isso significa que 180 mil roncam e 24 mil sofrem de apnéia. E, segundo a Associação Brasileira do Sono, o número de pessoas com distúrbio do sono tende a aumentar nos próximos anos.
Perdas de tirar o sono
De acordo com a associação, os distúrbios do sono elevam os índices de acidentes de trânsito e de trabalho em sete vezes, sendo que cerca de 30% deles são provocados por sonolência excessiva durante o dia. Nos Estados Unidos, por exemplo, o absenteísmo no trabalho provocado por distúrbios do sono causa prejuízo de US$ 16 bilhões por ano: “É preciso, mais do que nunca, alertar as pessoas para que dêem a devida importância para a qualidade do sono e assim ter qualidade de vida”, ressalta o dentista Fausto Ito, da Ito Clínica e que trabalha com apnéia e ronco há cerca de 12 anos.
Falta de ar
Ito observa que o ronco é o primeiro sinal emitido pelo organismo para alertar sobre a existência de alguma coisa errada com a respiração durante a noite. Se não for tratado, ele pode evoluir para a apnéia do sono, uma parada respiratória que ocorre durante o sono relacionada a sérios problemas a saúde, como arritmias, pressão alta, infarto e derrame cerebral. “As pessoas com apnéia têm a impressão de que vão morrer por falta de ar ou engasgadas. Ao longo do dia são sonolentas e mal-humoradas devido à péssima qualidade do sono”, salienta o especialista.
Não foi ficção
O cineasta Silvio Tendler enviou correspondência ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, cobrando a punição dos torturadores da ditadura militar. No e-mail, Tendler conta que, por receber uma carta que lhe enviara do Chile, sua mãe foi levada ao DOI-Codi, onde, “foi humilhada e um dos “patriotas” que a conduziram assumiu de forma permanente a guarda do relógio que entrou com ela na PE e não voltou para casa”.
Pedagógica
Tendler assinala que a proposta de julgamento de torturadores não pode ser confundida com qualquer ataque às Forças Armadas como instituição, sendo voltada para o futuro e não para o passado: “A punição exemplar de criminosos desestimulará semelhantes práticas no futuro e terá uma função pedagógica para os que caiam em tentação de uso indevido dos poderes do Estado, que entendam que não vivemos no país da impunidade”, defende, destacando que a proposta já obteve apoio num abaixo-assinado firmado por “um punhado de cidadãos”, que já ultrapassa 10 mil nomes.