Bitcoin cai, mas não morrerá

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Bitcoin. Foto: divulgação
Bitcoin. Foto: divulgação

A criptomoeda bitcoin teve queda acima de 20% nesta quarta-feira ficando abaixo da marca de US$ 40 mil, atingindo uma mínima em três meses depois que a China impôs restrições a transações que envolvam moedas digitais. O valor de mercado total das criptomoedas chegou a cair mais de US$ 720 bilhões. Às 12h13 (horário de Brasília), o bitcoin tinha queda de 13,72% a US$ 37.200, chegando a uma baixa acumulada de 32,83% em uma semana. Na mínima do dia, a criptomoeda chegou a US$ 30.681 (R$ 158,9 mil). Depois conseguir reduzir a queda a menos de 8%.

Todo esse impacto aconteceu depois que o Banco do Povo da China (PBoC), o Banco Central do país, emitiu um alerta, nesta terça-feira (18), por meio de sua conta no aplicativo WeChat, sobre o alto nível de especulações das criptomoedas e proibiu instituições financeiras e de pagamentos de realizarem operações com essas divisas. “Moedas digitais não podem ser usadas como forma de pagamento porque não são moedas reais”, frisou a instituição em comunicado.

Nesta quarta-feira, Renan Frias, analista de criptomoedas e mercados internacionais da startup de conteúdo financeiro Top Gain, esclareceu à reportagem do Monitor Mercantil que única coisa que a China proibiu foi a utilização da criptomoeda como forma de pagamento. Ele lembrou que o CEO da Tesla, Elon Musk, fez um anúncio na semana passada que não aceitará mais o Bitcoin como forma de pagamento, não outras moedas.

Musk suspendeu a venda de carros da companhia com pagamento em bitcoins. “Estamos preocupados com o rápido uso crescente de combustíveis fósseis para mineração e transações com Bitcoin, especialmente o carvão, que tem as piores emissões de qualquer combustível”, escreveu o empresário em comunicado. “Outras moedas serão aceitas pela Tesla, como a Cardano e a Dogecoin (duas grandes do mercado)”, disse Frias.

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Segundo o analista, a notícia realmente deu impacto muito forte no mercado de criptos. “Com essa notícia (repercussão da China) mal interpretada pelas pessoas, muita gente está achando que o país vai proibir o bitcoin e outras moedas”.

Perguntado como fica a situação das corretoras brasileiras que operam neste segmento, ele explicou que estão ficando para trás ante as corretoras estrangeiras. Ele citou a Binance –líder mundial em câmbio de criptomoedas operando no Brasil – como uma das principais corretoras do mercado. A empresa foi fundada na China, mas transferiu seus servidores e sedes da China para o Japão antes da proibição do governo chinês sobre o comércio de criptografia em setembro de 2017. Em março de 2018, a empresa havia estabelecido escritórios em Taiwan.

Segundo ele, a Binance tem uma própria moeda (binance coin), tem capitalização de mercado. “Enquanto, as taxas administrativas das corretoras brasileiras são altas. Temos taxas de 2% no saque, taxas absurdas contra as taxas da Binance, que são de 0,01% dependendo do capital dos clientes. Com isso, as corretoras brasileiras acabam ficando para trás”, compara o analista.

Frias diz que o Bitcoin é muito bem aceito no Brasil e no mundo. A criptomoeda estava precificada lá em cima, em torno de US$ 60 mil a US$ 65 mil, caiu próxima à região dos US$ 28, 9 mil e subiu de novo”, ressaltou.

O analista lembra que os investidores buscam alavancagem patrimonial em momentos como esse. “O investidor aproveita que está barato e compra muito. O investidor pequeno vê que a moeda está subindo e quer comprar também”. Frias lembra que não é necessário ter tanto dinheiro para comprar uma criptomoeda. “Você pode comprar uma fração. Ou seja, cabe no bolso de qualquer pessoa. Com isso, o mercado fica cada vez mais volátil”, conclui.

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