O fluxo de visitantes em lojas físicas brasileiras aumentou 16% no mês de novembro em comparação com o mesmo período de 2021. Tanto os estabelecimentos de rua (10%) quanto as lojas de shopping (9,5%) receberam mais consumidores nesse período. Os dados são do levantamento do Índice de Performance do Varejo (IPV), organizado pelo HiPartners Capital & Work. Ainda segundo o estudo, a quantidade de boletos emitidos também apresentou alta em ambas as categorias de lojas em relação ao mesmo mês do ano passado. Houve alta de 5% em lojas de rua e 2% nos shoppings. Já o faturamento nominal em unidades de rua registrou alta de 6% e contração de 4% nas lojas de shopping. O tíquete médio nominal teve alta de 1% nos empreendimentos situados na rua, enquanto nos shoppings houve redução de 6%.
Apesar das altas em relação a 2021, os números ainda não atingiram os índices pré-pandemia. Em novembro de 2022, o fluxo de visitação registrou retração de 38,5% e 39,2% quando comparado com 2019. Mesmo com a Copa do Mundo este ano, o resultado para shoppings teve seu segundo pior mês no ano ao comparar com mesmo mês de 2019, atrás somente de janeiro. Já as lojas de rua tiveram seu terceiro pior mês, ficando atrás de janeiro e julho.
Na distribuição por segmentos, dois dos oito analisados contaram com contração no fluxo de visitação em novembro de 2022 frente a novembro de 2021. O setor de eletroeletrônicos apresentou queda de 24% e utilidades domésticas caiu 8%. Ambos os setores são sensíveis à oferta de crédito e sofrem com o patamar elevado da Selic. Os destaques positivos ficam com as lojas de moda, com aumento de 38%; beleza, que registrou 18% de crescimento; e lojas de departamento, com expansão de 18% no período. Parte do efeito pode ser atribuído às consequências da pandemia, que, por manter as pessoas mais tempo em casa, comprimiu a base de comparação em 2021.
A alta no fluxo de visitação em novembro de 2022 em lojas físicas (16%) contra o mesmo mês de 2021 é puxada pela Região Sudeste, com aumento de 21%, seguida pelo Norte, que teve expansão de 5%. As demais regiões tiveram queda, com destaque para Centro-Oeste (-5,5%).
Ao considerar tantas lojas de rua quanto as de shopping, houve aumento no faturamento nominal em 3%, de maneira dissipada entre a maior parte das regiões, com destaque para Nordeste (10%), em relação ao mesmo período de 2021. A única região com queda foi o Sudeste (-2%), a propósito, a com maior movimento.
A semana da Black Friday teve, na média, 28% a mais de fluxo em relação às outras semanas do mês para as lojas de rua, enquanto que para as lojas de shopping, o crescimento foi mais tímido, de apenas 2%.
Ao comparar a semana móvel, encerrada na sexta-feira de ofertas, com o mesmo período de 2021, os números ainda são positivos: 9% de fluxo de visitas em lojas de shopping e 29% nas situadas na rua. Já na análise versus o evento em 2019, a queda é igualmente de -43% para ambas as categorias.
Pela perspectiva de vendas, o resultado também não agradou. Na comparação com a média semanal da Black Friday em relação ao ano passado, os resultados estão muito aquém das expectativas. Houve queda de -7% no faturamento nas lojas de rua e de -16% para os lojistas de shopping. A quantidade de boletos faturados também sofreu declínios com quedas de -4% e -9%, respectivamente.
Já pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest, pioneiro em pesquisas online, entre 28 de novembro e 1º de dezembro, com 324 internautas, avaliou a percepção deles sobre a Black Friday. O levantamento apontou que para 50% dos entrevistados a Black Friday não foi afetada nem positivamente nem negativamente pela Copa. Já 29% acreditam que foi afetada positivamente, por ter ganho mais publicidade.
O estudo apontou também que 49% dos respondentes usaram a Black Friday para fazer alguma compra. Roupas e/ou calçados foi o item mais adquirido (49%), seguido de eletrodomésticos (21%). Quando comparada com o ano passado, metade dos entrevistados tem a percepção que a Black Friday foi igual. Entretanto, 44% mencionam ter gastado menos ou muito menos do que no ano anterior.