BNDES: R$ 27,5 bi do Tesouro

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) captou R$ 400 milhões em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) em caráter emergencial e não pretende fazer novas emissões desses papéis. O banco só fez esta emissão como solução transitória enquanto esperava um acordo com o Tesouro Nacional para receber mais R$ 15 bilhões, além de R$ 12,5 bilhões que já obteve do Tesouro no primeiro semestre deste ano.
Nesta sexta-feira, o presidente Lula assinou medida provisória abrindo crédito de R$ 15 bilhões para aumentar o capital do BNDES por meio de títulos do Tesouro Nacional. Com isso, não haverá mais necessidade de emissão de CDB. Os CDBs custam caro para o BNDES.
A instituição ofereceu os papéis com taxa entre 103% e 104% do CDI, captando pouco acima da taxa Selic, atualmente em 13%, e bem acima da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que é base para a maior parte dos financiamentos realizados pelo banco e está em 6,25%.
Por ser um recurso caro, os papéis, com prazos de seis meses, devem ser quitados ao vencimento e não renovados. BNDES fez emissões de CDBs para cobrir a necessidade de recursos este ano em que os desembolsos em 12 meses já estão na faixa de R$ 80 bilhões, o que era esperado só para o fim do ano. O banco pretende até superar a marca de R$ 80 bilhões em liberações este ano.
A instituição espera receber nos próximos dias R$ 6 bilhões referentes a títulos públicos originados no antigo Fundo de Compensação sobre Variações Salariais (FCVS) do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) da carteira do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O Conselho Curador do FGTS autorizou a liberação dos títulos na terça-feira. Também estão entre as possibilidades de novos recursos para o banco neste semestre a emissão de debêntures, prevista para o mês que vem ou o próximo, captação externa e o uso de recursos do Fundo de Investimento em Infra-estrutura do FGTS.

Fundo para infra-estrutura

A empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDESPar) criou, em parceria com oito bancos privados, a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), com orçamento inicial de R$ 100 milhões, que desenvolverá estudos de infra-estrutura. Também criou um fundo, com dotação de R$ 20 milhões para este ano, com caixa do banco e recursos não reembolsáveis, para financiar a elaboração de projetos de logística.
As duas iniciativas fazem parte de uma nova linha assumida pelo banco, atendendo a uma solicitação do governo federal: a de “estruturador” do desenvolvimento. Em pouco mais de dois meses, foram criadas três linhas de atuação subordinadas à também recém-criada superintendência da Área de Estruturação de Projetos.
“Para manter o atual nível de crescimento, temos que nos antecipar à necessidade de infra-estrutura”, resume o superintendente da área, Henrique Amarante, ressaltando que em vários setores esta necessidade já existe “por já estar se operando próximo do gargalo”. Uma das vertentes de atuação do BNDES ocorrerá por meio do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP). Com recursos próprios, o banco incentivará o desenvolvimento de obras de infra-estrutura consideradas estratégicos.

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