Bola fora

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Rescaldo das pesquisas do segundo turno: apesar das generalizadas críticas e dos injustificáveis erros do primeiro turno, os institutos voltaram a ficar longe do alvo. No Rio, o Ibope dava quatro pontos de vantagem para Conde e o Datafolha seis pontos; nas urnas, deu, como todos sabem, César Maia com vantagem de dois pontos percentuais. Em São Paulo, as duas pesquisas cravavam 20 pontos de vantagem para Marta Suplicy que, apurados os votos, caíram para 17 pontos. Em Belo Horizonte, o Ibope apurou 18 pontos a mais para Célio de Castro, que na realidade venceu por apenas 10. Como sempre, Fortaleza ficou com o troféu de maior erro: Juraci teria 16 pontos percentuais a mais que Inácio Arruda, segundo o Ibope, e 22 pontos, de acordo com o Datafolha; a diferença real foi de apenas oito pontos – metade do que previra o Ibope e quase um terço do número do instituto paulista. Generosa com as duas empresas, esta coluna se limitou a levantar as pesquisas de véspera de eleição. Se forem contabilizados os números do início de outubro os erros seriam ainda mais gritantes.

“Support”
Um dos intelectuais mais respeitados da atualidade, o sociólogo Noam Chomsky, professor do MIT, enviou correspondência ao presidente FH e ao ministro da Reforma Agrária, Raul Jungmann, para protestar contra o que qualificou de tentativa de “criminalizar o MST”. Segundo Chomsky, o motivo usado pelo governo para investir contra o movimento – o recebimento de contribuições de seus membros – é prática “adotada internacionalmente por sindicatos e muitas outras organizações, ocorrendo normalmente de forma voluntária, como condição para associação”.  E conclui com um elogio ao movimento, que revela que a investida contra o MST não diminuiu a simpatia que este angariou no exterior. “O MST deve evocar orgulho aos brasileiros, da mesma forma que evoca grande admiração e esperança em outros países.”
Original
Mais do que as críticas do sociólogo, um detalhe deve particularmente incomodar FH. A correspondência foi escrita originalmente em inglês. E, como é norma no tucanato, críticas em inglês são, geralmente, mais consideradas do que as escritas no idioma nativo.

Sem limite
Os jornalistas que foram cobrir o anúncio do programa de reestruturação da indústria naval, feito pelo presidente FH, ontem em Angra dos Reis, passaram por maus momentos. Como todos os lugares ocupados por convidados, os jornalistas tiveram de assistir de pé durante duas horas aos pronunciamentos das autoridades e à entrevista de FH. Na volta, sem que muitos tivessem tido tempo para almoçar, foram informados pelo motorista da empresa contratada pela Petrobras para fazer o transporte da imprensa de que a única parada seria no Rio. Às 16h, tinha jornalista matando cachorro a grito.

Senha
O presidente FH negou a possibilidade de o Brasil enfrentar uma crise cambial.  “Isso é conversa. Não há risco nenhum”, afirmou ele. Conclusão: começa a corrida ao paralelo.

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Crentes
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu o processo de cassação da concessão da Coelce, distribuidora de energia do Ceará acusada de prestar péssimo serviço. Alguém duvidava do perdão?
Crentes – 2
A mesma Aneel manteve multa de R$ 6,9 milhões à mesma Coelce, por entender que ela não resolveu quatro problema encontrados em inspeção anterior. Alguém acredita que a multa será paga?

Deságio
Anda dura a vida da turma do colarinho branco. Um vereador da oposição conta que foi abordado por um parlamentar para se queixar do rebaixamento do seu padrão de vida, devido ao, digamos, enxugamento no regalo pago pelos players do setor de transporte. Segundo o queixoso, no seu caso, o agrado baixou de R$ 150 mil/mês para apenas R$ 30 mil/mês. Convenhamos: assim não há mortal que resista.

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