Bolsa nos EUA fecha em forte queda em meio aos ataques de Trump contra Powell

Para analista, 'embora o mercado brasileiro tenha sido beneficiado pelo feriado local, há novamente pressão sobre as moedas emergentes pares do real'

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Jerome Powell, presidente do Fed (Foto: Senado dos EUA/DP)
Jerome Powell, presidente do Fed (Foto: Senado dos EUA/DP)

Nos EUA, o mercado de ações sofreu perdas acentuadas nesta segunda-feira, com Donald Trump aumentando seus ataques ao presidente do Fed, Jerome Powell, levando os investidores a se preocuparem com a independência do Banco Central, mesmo enquanto enfrentam os efeitos da guerra comercial errática e contínua de Trump.

“Os países que têm um Banco Central independente crescem mais rapidamente, têm inflação mais baixa; eles têm melhores resultados econômicos para seu povo”, disse Jed Ellerbroek, gerente de portfólio da Argent Capital Management em St. Louis.

“E políticos que tentam influenciar o Fed são uma ideia muito ruim e muito assustadora para o mercado.”

O racha comercial entre a China e os EUA se aprofundou depois que Pequim advertiu outros países contra a realização de acordos com os EUA às custas da China, adicionando combustível à guerra tarifária em espiral entre as duas maiores economias do mundo.

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“As empresas estão sem saber como reagir, aguardando as respostas finais dos EUA sobre as tarifas”, acrescentou Ellerbroek. “O que torna a situação desanimadora, creio eu, é o fato de que isso é como se fosse autoinfligido; estamos nessa situação por escolha própria, por escolha deste governo”, acrescentou.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 2,36%, encerrando em 5.157,81 pontos, enquanto o Nasdaq Composite caiu 2,50%, para 15.878,68 pontos. O Dow Jones Industrial Average recuou 2,47%, para 38.159,19.

Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, “a sessão desta segunda foi marcada por forte sentimento de aversão ao risco, refletido na queda dos principais índices acionários nos EUA, alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e enfraquecimento do dólar frente às moedas dos países desenvolvidos.”

“O mercado reage ao aumento das incertezas relacionadas às políticas do governo Trump neste início de mandato. As preocupações estão especialmente concentradas na independência do Federal Reserve, após fortes declarações do presidente Trump criticando a atual política de juros do Banco Central americano e rumores sobre uma possível demissão do presidente do Fed, Jerome Powell. Esse é um ponto de extrema sensibilidade, com potencial para gerar grande volatilidade nos mercados dos EUA e provocando uma fuga de ativos dolarizados.”

Além disso, houve poucos avanços nas negociações comerciais entre os países impactados pelas tarifas, sinalizando um progresso limitado e sugerindo que esse fator de risco possa se estender além do período de pausa de 90 dias inicialmente previsto. Outra preocupação crescente é a relação entre EUA e China, com temores de que a escalada das disputas comerciais ultrapasse as questões econômicas e envolva elementos geopolíticos mais amplos.

“Embora o mercado brasileiro tenha sido beneficiado pelo feriado local hoje, evitando exposição direta ao movimento global, há novamente pressão sobre as moedas emergentes pares do real, decorrente do ambiente de maior aversão ao risco e da queda nos preços das commodities”, avalia.

Com informações da Agência Brasil, citando a Reuters

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