A inflação chinesa abaixo do esperado, sinalizando demanda fraca, e com os investidores se preparando para o CPI americano na quarta, Bolsas operam, majoritariamente, com um tom negativo. Juros operam mistos, com a ponta curta negativa, enquanto os vértices de médio e longo prazo sobem levemente. Dólar opera, majoritariamente, com viés de alta, enquanto commodities caem, com minério de ferro liderando as perdas. Por aqui, com o IPCA de amanhã no foco dos investidores, a agenda vazia dá espaço para uma performance mais em linha ao exterior. A abertura deve ser negativa para o Ibovespa e de alta para o dólar, em linha com a dinâmica das moedas emergentes. Nos juros, sessão pautada pelo Focus.
Na Ásia, dia misto para as Bolsas, com índices chineses destoando do tom negativo na região, em meio ao otimismo com o fim da repressão ao setor de tecnologia. Na China, o CPI subiu 0,2% em junho, ficando estável (ante expectativa de 0,2% a/a) em 12 meses, mínima desde março de 2021. O PPI deflacionou 0,8% na margem, caindo 5,4% (ante expectativa de -5,0% a/a) ante junho de 2022, mínima desde fevereiro de 2016. Hoje, CPI da Coreia (junho) às 20h.
Na Europa, apoiadas pelas altas em petroleiras, Bolsas destoam do tom global negativo e operam em alta. Na Zona do Euro, a confiança dos investidores da Sentix caiu de -17,0 para -22,5 pontos (ante expectativa de -17,9) em julho. Andrew Bailey (BoE) fala às 16h.
Nos EUA, com os investidores se preparando para o CPI de quarta-feira, futuros operam no negativo. Segundo o payroll, foram criados 209 mil (ante expectativa de 230 mil) em junho, revisando os meses anteriores em -110 mil, com a taxa de desemprego caindo de 3,7% para 3,6% (ante expectativa de 3,6%). Os salários médios atingiram US$ 33,6, alta interanual de 4,4% (ante expectativa de 4,4%). Hoje, crédito ao consumidor (maio) às 16h. Austan Goolsbee (Fed Chicago, vota) afirmou que apesar da queda menor que o esperado na inflação e do nível elevado, o Fed está no caminho certo, que uma recessão deve ser evitada, mas que está incerto sobre a decisão de julho. Michael S. Barr (FRB, vota) fala às 11h; Mary Daly (Fed São Francisco, não vota) e Loretta Mester (Fed Cleveland, não vota), às 12h; e Raphael Bostic (Fed Atlanta, não vota), às 13h. Leilão de T-Bills (de três e seis meses) às 12h30.
No Brasil, apesar do alívio nos juros, as Bolsas em Nova Iorque fecharam no negativo, sentindo a alta dos salários, mas o mercado local teve dia de positivo, impulsionado pela aprovação da reforma tributária, com o Ibovespa fechando em 118.897 pontos (1,25%), com bancos e ações cíclicas liderando os ganhos. Na semana, o Ibovespa subiu 0,69%. A queda dos juros no exterior, as aprovações do projeto do Carf e da reforma tributária levaram à sessão de quedas na curva de DI futuro, com os vértices de médio e longo prazo caindo mais de 15 pontos. A derrocada global do dólar se somou ao otimismo com o mercado local, levando à forte performance no Real, com o dólar fechando em R$ 4,87 (-1,30%). Na semana, o dólar subiu 1,59%.
A continuidade das quedas nas commodities e nos insumos industriais fizeram o IGP-DI deflacionar 1,45% (ante expectativa de -1,22%) em junho, acumulando -7,44% em 12 meses, mínima da série. O IPA foi de -3,37% para -2,13% (-11,2% a/a), o IPC caiu de 0,08% para -0,10% (2,2% a/a) e o INCC subiu de 0,59% para 0,71% (3,92% a/a). Com o fim dos descontos às vendas de carros populares, a produção de veículos caiu 15,7% em junho, somando 189,2 mil unidades (-7,1% a/a), na mínima em 4 meses. A Câmara aprovou o projeto do Carf, que favorece o governo em embates tributários entre contribuintes e Fisco, com a proposta indo para o Senado. Arthur Lira, presidente da Câmara, afirmou que a votação do arcabouço deve ficar para agosto. Hoje, IPC-S às 8h, boletim Focus às 8h25 e balança comercial (todos do último dia 7) às 15h.
Ótima segunda-feira!
.
Nicolas Borsoi
Economista-chefe da Nova Futura Investimentos
Leia também:
Bolsas sobem, puxadas pelo resultado do teste de estresse do Fed
