O economista Joseph Stiglitz ironiza a obsessão da cúpula da União Européia (UE) por defender o corte de gastos públicos em plena estagnação econômica: “É curioso que, à medida que a crise continua, o porto seguro para os investidores globais sejam os Estados Unidos, que têm há anos enormes déficits em conta corrente Então, como a UE distinguirá entre déficits em conta corrente “bons” – governos que criam clima favorável aos negócios, gerando fluxos de investimentos externos diretos – e “maus”?”, questiona Stiglitz, um dos maiores detentores do Nobel de Economia não alinhados com o capital financeiro.
Revendo conceitos
O economista acrescenta que optar por prevenir os déficits “maus” exigiria da UE “intervenções no setor privado muito maiores do que defendiam as doutrinas neoliberais e de mercado único que vigoravam na época da criação do euro”. E cita a Espanha como país no qual o dinheiro “fluiu de bancos privados para o setor privado”: “Isso significa que o governo precisa decidir que fluxo de capitais – por exemplo, investimentos imobiliários – é “mau” e precisa ser taxado ou restringido? Para mim, faz sentido, mas tais políticas seriam um anátema para os defensores do livre mercado na UE”, aponta Stiglitz
Velha prática
Grandes grupos de mídia adoram criticar o gasto público, mas não rasgam dinheiro. A Abril, através da Fundação Victor Civita, vai fornecer – sem licitação – edições da revista Nova Escola para os professores do Município do Rio de Janeiro, tal qual já faz em São Paulo. O valor do contrato ultrapassa a meio milhão de reais.
Legalidade
O projeto Empresa Bacana realizará o último Mutirão de 2011 para registrar empreendedores individuais na comunidade do Complexo do Alemão, ocupada pelo Exército. O objetivo é cadastrar novos empreendedores e capacitar aqueles que já se encontram na economia formal. A ação, que acontecerá entre os dias 13 e 17, é uma iniciativa do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-RJ) em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro e o Sebrae-RJ.
Sem maquiagem
As agências de notícias internacionais, prontamente reproduzidas pela mídia brasileira, informaram que o avião não tripulado norte-americano abatido no Irã estava em “missão de reconhecimento para o serviço de inteligência dos Estados Unidos”. Esta coluna traduz, de uma forma menos comprometida e muito mais fácil de compreender: um avião espião.
Sapatinho na janela
Após decidir não renovar a concessão dos postos de gasolina da Petrobras na Avenida Atlântica, na Zona Sul da capital, sob o curioso argumento de combate à “poluição visual”, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), tem a obrigação de informar aos contribuintes que destino terão as áreas de um dos mais valorizados metros quadrados do Brasil após serem transferidas à Prefeitura do Rio. Afinal, nesta época de Natal, nem todos cariocas acreditam em Papai Noel.