Brasil à frente do Brics impulsiona sustentabilidade

Pauta de sustentabilidade e mudanças climáticas, em paralelo com a COP30, será destaque na presidência do Brasil no Brics

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Logo Brics 2025 - Presidência do Brasil
Logo Brics 2025 - Presidência do Brasil (imagem Secom)

A presidência brasileira do Brics em 2025 representa uma oportunidade fundamental para promover a sustentabilidade, a inclusão e o multilateralismo, disseram especialistas brasileiros ouvidos pela agência de notícias chinesa Xinhua. O Brasil assumiu a presidência rotativa do bloco em 1º de janeiro sob o lema “Fortalecendo a cooperação no Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável”.

A Cúpula do Brics, fórum de deliberação entre chefes de Estado e de governo, está inicialmente marcada para julho no Rio de Janeiro. Maria Elena Rodriguez, vice-diretora do Centro de Políticas do Brics, comentou a importância de o Brasil poder definir sua própria agenda durante seu mandato de liderança.

“Esta é uma oportunidade única para o Brasil articular sua visão para o futuro do Brics”, disse a professora de relações internacionais da PUC do Rio de Janeiro. “Sustentabilidade e mudanças climáticas serão questões prioritárias, criando sinergias com a COP30”, que será realizada no Brasil no final de 2025.

Rodriguez também enfatizou o compromisso do país sul-americano com o multilateralismo e maior participação na governança global. “O Brasil defende uma reforma estrutural que inclua mais países do Sul Global como protagonistas”, acrescentou.

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Por sua vez, o doutor em relações internacionais Jhonathan Mattos destacou a continuidade da agenda de sustentabilidade e inclusão promovida pelo presidente Lula da Silva desde a presidência rotativa do Brasil no G20, em 2024. Mattos disse que a abordagem brasileira também “fortaleceria” as bases institucionais, incluindo a promoção de mecanismos alternativos de pagamento para facilitar o comércio.

O especialista em relações internacionais também ressaltou a importância de abordar desigualdades globais como as vivenciadas durante a distribuição de vacinas contra o coronavírus (Covid-19). Ele mencionou “inclusão social” e “governança mais equitativa” como objetivos centrais, além de destacar o anúncio feito esta semana pelo Brasil sobre a inclusão da Indonésia como membro pleno do grupo.

“A economia mais dinâmica do Sudeste Asiático simboliza o espírito de expansão do grupo, reforçando a conexão com a visão brasileira de proteger os grandes pulmões do planeta: a Amazônia, a Bacia do Congo e as florestas da Indonésia”, afirmou Mattos.

Segundo o especialista, a liderança do Brasil em plataformas como o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e o G20 é uma manifestação clara do seu compromisso com um mundo mais inclusivo.

Ambos os analistas concordaram que, embora o Brics tenha amadurecido como uma alternativa às instituições tradicionais, ele ainda enfrenta desafios estruturais e institucionais. “A diversidade de modelos políticos e econômicos é uma força, mas também exige maior coesão nas decisões multilaterais”, disse Mattos. Segundo Rodriguez, a clareza nos procedimentos de adesão e governança interna serão fundamentais para o futuro do Brics.

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