Brasil atinge 4 milhões de unidades com geração própria de energia solar

Residências lideram uso (2,8 milhões de imóveis abastecidos), seguidas pelo comércio (674,4 mil); preço médio cai 4% no segundo trimestre do ano

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Painéis de energia solar em telhado, geração distribuída
Painéis de energia solar em telhado (Foto: José Cruz/ABr)

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil acaba de ultrapassar a marca de 4 milhões de unidades consumidoras abastecidas pela geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos. De acordo com o mapeamento, as residências lideram o uso da tecnologia fotovoltaica, com mais de 2,8 milhões de imóveis abastecidos, que correspondem a 70% do total de unidades consumidoras atendidas pela modalidade.

Pelo balanço da entidade, os estabelecimentos comercial e de serviços representam a segunda maior classe de consumo abastecida pela geração própria solar, com mais de 674,4 mil locais (16,8%), seguidos pelas propriedades rurais, com 410,4 mil (10,2%), indústrias, com 97,4 mil (2,4%), e prédios do poder público, com 12,1 mil (0,5%). Os demais tipos de consumidores, como serviços públicos e iluminação pública, somam cerca de 1,7 mil (0,1%).

Atualmente, as 4 milhões de unidades consumidoras representam apenas 4,5% do total de ligações de eletricidade no país, hoje com 92,4 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no mercado cativo, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Este cenário, na avaliação da Absolar, traz um enorme potencial de crescimento do uso da tecnologia fotovoltaica.

Os investimentos acumulados na geração própria solar acabam de superar os R$ 150,3 bilhões no país, com a marca de 31 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, segundo a Absolar.

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O segmento é responsável pela criação de mais de 931 mil empregos verdes acumulados desde 2012, bem como contribuiu para uma arrecadação aos cofres públicos de mais de R$ 44,7 bilhões. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.550 municípios e em todos os estados brasileiros.

Segundo dados do Radar, indicador que avalia trimestralmente o preço da energia solar, realizado pela Solfácil, o preço médio da energia solar no Brasil para residências caiu 4% no segundo trimestre do ano. O preço médio, que era de R$2,76/Wp por watt-pico (Wp) no primeiro trimestre do ano, caiu para R$ 2,66 por Wp no segundo trimestre deste ano.

A redução de preços foi impulsionada pela queda no custo do polisilício, principal matéria-prima para a fabricação de placas solares. Os dados apontam que a queda nos preços dos projetos se manteve em todas as faixas de potência, desde 2-4 kWp até mais de 15 kWp.

Todos os estados brasileiros acompanharam a tendência de queda no segundo trimestre, com exceção de Minas Gerais. As maiores reduções nos preços foram observadas no Rio Grande do Sul, com R$/Wp 2,67, e em Roraima, com R$/Wp 2,34, com recuo de 15% no preço comparado ao primeiro trimestre do ano. Rondônia, com R$/Wp 2,30, apresentou uma queda de 9%, e Roraima destacou-se como o estado mais barato para a instalação de energia solar residencial no Brasil, seguido por Amapá, com R$/Wp 2,36 (queda de 3%), Acre, com R$/Wp 2,47 (queda de 10%), e Mato Grosso, com R$/Wp 2,49 (queda de 7%).

Em termos regionais, o Centro-Oeste mantém sua posição como a região mais acessível para investimentos em energia solar, com um custo médio de R$/Wp 2,58. A região registrou uma queda de 3% entre o primeiro e segundo trimestre do ano.

Já o Nordeste apresentou a segunda maior queda de preços no segundo trimestre, com o valor de R$/Wp 2,62, com queda de 5% abaixo da média nacional. A redução somada às condições geográficas favoráveis tornam o local atrativo para investimentos em energia solar residencial.

A Região Sul teve uma queda de 9% nos preços por R$/Wp 2,60, consolidando-se como a segunda região mais barata do país para instalação de sistemas solares. Por outro lado, o Norte continua sendo a região mais cara para a instalação de energia solar, apesar de uma queda de preços superior à média nacional, com custo de R$/Wp 2,79 e redução de 5% nos preços.

O Sudeste, por sua vez, teve a menor redução de preços entre todas as regiões do Brasil, com o valor médio de R$/Wp 2,74 e diminuição média de 1% entre trimestres, impulsionada pela performance de Minas Gerais, que foi o único estado a não registrar redução nos preços.

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