De janeiro até meados de novembro, foram blindados 29.576 carros no Brasil. Os números são do Exército Brasileiro, órgão responsável por fiscalizar o setor, e divulgados pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).
Segundo a entidade, o número já supera o acumulado de 2023, quando 29.296 carros receberam a proteção balística, considerada recorde desde o início da pesquisa setorial.
Para Marcelo Silva, presidente da Abrablin, alguns fatores têm justificado esse mercado aquecido. “Para além da questão da violência urbana, temos os avanços da tecnologia em proteção balística, o que desperta o interesse das pessoas. Outro fator é a concorrência saudável no setor, que está sempre inovando e lançando novos produtos e tornando essa alternativa de proteção mais acessível. Os ganhos em agilidade na homologação de produtos balísticos também ajudaram a impulsionar o mercado de blindagem, culminando como resultado essa demanda cada vez maior no país”.
A maior parte desse mercado está concentrada no Estado de São Paulo, com cerca de 83% das blindagens no período (24.601 carros), seguido pelo Rio de Janeiro, com 2.406 blindagens realizadas. Os estados do Ceará (932 veículos), Pernambuco (741 unidades), Rio Grande do Sul (367 veículos blindados) compõem o ranking dos cinco estados do país que mais tiveram pedidos desse recurso de proteção.
Neste ano, a presença de carros eletrificados nas blindadoras foi destacado. Na Concept Be Safe, de São Paulo, por exemplo, que em 2024 já registrou crescimento de 24% nas blindagens em relação ao mesmo período de 2023, cerca de 40% dos veículos que estacionaram para receberem a proteção eram híbridos, plug-in e 100% elétricos.
“Trata-se de um caminho que só tende a crescer, uma vez que a frota eletrificada brasileira está em franca expansão. Para acompanhar esse mercado, preparamos nossa equipe técnica e de engenharia com as especialidades necessárias nesse processo. E, para o próximo ano, planejamos a criação de um laboratório exclusivo para veículos elétricos, que deve se transformar no mais moderno centro de blindagem automotiva da América Latina”, afirma Fábio Rovêdo de Mello, diretor de novos negócios da Concept.
Ontem, em sessão extraordinária, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou, por 53 votos a 10, a proposta que isenta veículos leves movidos exclusivamente a hidrogênio ou híbridos do pagamento do IPVA. O benefício será concedido no período de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2026.
Para garantir a isenção, os veículos híbridos devem ter o seu motor a combustão abastecido somente com etanol ou ter a tecnologia flex. A medida é limitada a modelos de até R$ 250 mil.
Após os dois anos, a alíquota do IPVA será aumentada gradativamente, partindo de 1% em 2027, passando por 2% em 2028, 3% em 2029 e chegando em 4% a partir de 2030. A medida segue para agora para sanção do governador Tarcísio de Freitas.
O Projeto de Lei 1,510/2023 isenta do imposto também ônibus e caminhões movidos exclusivamente a hidrogênio ou gás natural, inclusive biometano, de janeiro de 2025 a dezembro de 2029.
O Governo Estadual, autor do PL, cita a redução na emissão de gases poluentes bem como o incentivo a novos investimentos na produção de veículos movidos a energia limpa e renovável em São Paulo como justificativa para a medida.
Ao longo do semestre, a proposta foi debatida pelos parlamentares da Alesp. O deputado Carlos Cezar (PL) citou que a medida vai reduzir impostos dos cidadãos e, ao mesmo tempo, incentivar a produção de veículos híbridos no estado, já que uma montadora localizada em Sorocaba anunciou recentemente investimento de R$ 11 bilhões, o que deve gerar milhares de postos de trabalho.
“É emprego de qualidade, que traz desenvolvimento para nosso estado”, destacou.
Parlamentares contrários, por outro lado, criticaram a medida pela não inclusão dos veículos 100% elétricos.
“O mundo inteiro está discutindo a eletrificação da frota e a transição da matriz energética. Ao excluir os carros elétricos, a gente reserva mercado para um setor que utiliza gasolina nos veículos flex, emitindo mais carbono na atmosfera e não avançando em temas tão importantes como a nossa saúde”, afirmou a deputada Marina Helou (Rede).
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