Levantamento da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) prevê aumento de 6% nas contratações nos meses de julho, agosto e setembro, em comparação com o mesmo período de 2023, gerando cerca de 645 mil vagas temporárias.
De acordo com o presidente da entidade, Alexandre Leite Lopes, o mês de junho foi o pontapé inicial para uma crescente nas contratações temporárias, que devem seguir em alta nesse terceiro trimestre do ano.
“Alguns fatores têm estimulado a geração de vagas temporárias e nos deixa otimista para os próximos meses, como: as férias escolares no mês de julho, que impulsionam o turismo; a alta do dólar, que estimula as exportações; o aquecimento da área de eventos corporativos e de entretenimento; bem como a mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros em relação às compras virtuais”, sinaliza.
Segundo a Asserttem, nos meses de julho, agosto e setembro as contratações temporárias devem ser puxadas pelo setor da indústria (45%), seguido pelo de serviços (35%), comércio (15%) e outros (5%).
Ainda de acordo com Alexandre Leite Lopes, a incerteza sobre como a economia irá se comportar no segundo semestre do ano, bem como por quanto tempo essa alta do dólar vai vigorar, faz com que as empresas se apoiem neste regime jurídico de trabalho. “E quando esse cenário se mantém é o momento em que efetivam o trabalhador temporário”.
O otimismo para os meses de julho, agosto e setembro é puxado pelo resultado positivo do segundo trimestre deste ano, que gerou aproximadamente 598 mil vagas temporárias.
“Os meses de abril, maio e junho superaram as expectativas. Em junho tivemos um aumento na contratação de temporários puxado pela área de logística, devido à mudança nos hábitos de consumo com as compras on-line, principalmente em roupas e supermercado; bem como a alta do dólar, que gerou uma demanda que não estava prevista. Assim, as empresas que exportam, principalmente nos setores da Indústria e Agronegócio, contrataram trabalhadores temporários para atender às demandas do mercado”, conclui.
Por outro lado, estudo global Talent Trends, da Michael Page, mostra que os profissionais brasileiros são os que mais recusariam promoção no trabalho para preservar o bem-estar. De acordo com a pesquisa, 56% dos profissionais brasileiros recusariam uma promoção a fim de preservar o bem-estar. Os indicadores do Brasil superam as médias global (48%), da América Latina (43%) e de países como Colômbia (44%), Panamá (42%), Argentina (41%), Chile (39%), Peru (18%) e México (36%).
Os brasileiros também lideram o índice de profissionais que estão trabalhando presencialmente com mais frequência do que há um ano, em função de políticas internas mais rígidas das empresas. Segundo o levantamento, 54% dos respondentes do Brasil atuam de forma presencial por exigência da organização, ficando à frente das médias da América Latina (53%) e global (49%).
A pesquisa foi realizada em novembro e dezembro de 2023, em 37 países e contou com a participação de aproximadamente 50 mil profissionais em todo o mundo, que atuam em empresas de diferentes segmentos e portes. O objetivo desse levantamento é alinhar as diferentes expectativas de profissionais (salários competitivos, flexibilidade e aspectos da cultura organizacional) e empresas (que sofrem pressões externas de um mercado de trabalho dinâmico). A pesquisa também buscou entender até que ponto os profissionais estão abertos a modelos de trabalho mais flexíveis. Dos respondentes do Brasil, 70% considerariam a possibilidade de aceitarem uma oferta de emprego como freelancer, mesmo número da média de colaboradores da América Latina.