Brasil dobra venda de carne de frango ao Iraque

Apesar do registro de um caso de doença de Newcastle no RS, exportações gerais cresceram em julho

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Abate de frangos
Abate de frangos (Foto: EBC)

As exportações de carne de frango do Brasil para o Iraque dobraram em julho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com os dados do período divulgados na última sexta-feira em nota da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o país árabe importou 15,3 mil toneladas em julho, com aumento de 118,6% sobre o mesmo período de 2023.

Os Emirados Árabes Unidos se mantiveram como o terceiro principal destino da carne de frango do Brasil, com um total de 38,7 mil toneladas, em queda de 16,6% em relação a julho do ano passado. A Arábia Saudita se manteve como o quinto destino, com importações que somaram 26,2 mil toneladas, em retração de 19,3% na mesma comparação. Os dez principais compradores de carne de frango brasileira no período foram: China, Japão, Emirados, África do Sul, Arábia Saudita, México, Filipinas, União Europeia, Iraque e Coreia do Sul.

De acordo com a nota da ABPA, em julho foram exportados no total 463,3 mil toneladas de carne de frango, em expansão de 7,3% sobre julho de 2023. A receita com as exportações do período cresceu 3,6% na mesma comparação, para US$ 889,2 milhões. No acumulado do ano, as exportações somam US$ 5,52 bilhões, em queda de 8,33% na comparação com o período entre janeiro a julho de 2023.

No comunicado, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, afirmou que o “expressivo” desempenho das exportações de julho ajudou a restabelecer os níveis de exportação registrados em 2023. “O rápido levantamento dos embargos de grande parte dos mercados, em um esforço liderado pelo Ministério da Agricultura, é indicativo de volumes positivos para os próximos meses, em um cenário de demanda internacional aquecida”, afirmou Santin na nota.

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Os embargos foram resultado de um caso da doença de Newcastle registrado em uma ave no Rio Grande do Sul. Diretor de Mercados da ABPA, Luís Rua afirmou que o cenário externo é positivo para exportação de aves do Brasil porque o principal concorrente brasileiro neste mercado, os EUA, estão em um contexto de “redução significativa” dos volumes embarcados.

O Brasil tem o potencial de ampliar sua participação na exportação de grãos e carnes. Segundo projeções do Departamento de Agricultura dos EUA, agro nacional será responsável por 66% da soja adquirida em mercados globais, 33% de milho e 30% de algodão até 2033/2034. Em exportações de frango, o país pode chegar a 41%, enquanto carne suína com 19%, e carne bovina, 29% no mesmo período.

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, ressaltou que o Brasil é a vanguarda do mundo, não apenas em recursos naturais, mas também pela biocompetitividade. “Alta produtividade e baixas emissões caracterizam o agro brasileiro. Nossa agricultura tropical tem uma capacidade fotossintética três vezes superior à agricultura temperada e o uso intensivo aperfeiçoa nossos solos”, pontou.

Já a diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori, destacou que o agro brasileiro precisa trabalhar o acesso ao mercado, a representação da marca institucional do país como o produtor sustentável, e que o crescimento pela demanda de alimento mundial estará em países do Sudeste Asiático e da África Subsaariana, por isso o Brasil precisa de estratégia para exportar seus produtos para esses locais. “Não devemos fechar os olhos para os blocos compradores, pois a União Europeia continuará demandando assim como a China”, afirmou. Ela ainda mencionou que o distribuidor tem o papel de levar a informação ao produtor sobre os mercados promissores que irão demandar os produtos.

A China, mesmo com um processo de crescimento menor da economia, continuará a ser um mercado fundamental para o agro, avaliou a diretora executiva do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), Claudia Trevisan. Outro país promissor é a Índia, que em 2050 deverá ter uma concentração populacional de 1,670 bilhão de pessoas.

Os preços das commodities, incluindo as agrícolas, devem apresentar tendência de alta à medida que o Federal Reserve, reduzir as taxas de juros, movimento que é aguardado para setembro.

Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe

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