Brasil é o país com maior desigualdade entre regiões

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As desigualdades sociais e econômicas entre e dentro das regiões dos países estão aumentando em muitas economias avançadas e agora estão na vanguarda do debate sobre políticas devido às percepções de que algumas pessoas e lugares foram deixados para trás. É o que mostram os pesquisadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) William Gbohoui, Raphael Lam e Victor Lledo no texto “Um mapa da desigualdade nos países”.

Ao fazer a divisão entre o PIB per capita entre as regiões mais ricas e mais pobres de 21 países, o FMI mostra que o Brasil é o mais desigual deles, com uma taxa pouco superior a 1,7. O segundo pior, a Irlanda, vem abaixo de 1,7. A seguir, a Índia aparecem com pouco mais de 1,5. A taxa média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 1,4.

Segundo o FMI, “as mudanças no comércio e na tecnologia globais mudaram empregos e indústrias no mapa, mas os ganhos econômicos nos países não são bem compartilhados”.

A disparidade de renda entre as regiões também é persistente e aumentou nos últimos 15 anos, contribuindo para a desigualdade. As regiões que ficaram para trás – aquelas com altas taxas de desemprego – têm em média 70% de chance de permanecerem atrás. A chance de perder o bonde do desenvolvimento pode ser ainda maior que a média em alguns países, como na Itália e no Canadá. Em vez de recuperar o atraso, as regiões que ficaram para trás nessas nações cresceram a uma taxa mais lenta, até 1 ponto percentual do PIB em três anos.

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Desigualdades regionais nos países

Grande diferença de renda entre as regiões é um problema em muitas nações

Fontes: OCDE e Gennaioli e outros (2014). Elaboração: FMI

 

Pode-se pensar que a solução é que as pessoas se mudem em busca de melhores empregos e vidas. Mas as pessoas acham mais difícil mudar para cidades em expansão, com mais empregos, como Washington D.C., São Francisco ou Londres, em parte porque não podem se dar ao luxo de morar lá ou porque não possuem as habilidades necessárias para empregos com salários mais altos”, analisam os pesquisadores.

As pessoas também acham mais difícil mudar porque os empregos com altos salários estão menos disponíveis para os trabalhadores pouco qualificados. “Por exemplo, na última década, nossas estimativas sugerem que os benefícios líquidos para mudar para regiões de alta renda caíram de 25% a 35% na Espanha e nos Estados Unidos para famílias de baixa renda”, afirmam.

A disparidade de renda entre as regiões tem sido grande em muitos países avançados. Pode-se pensar que isso se deve principalmente a diferenças nos preços regionais – por exemplo, US$ 100 podem comprar mais bens e serviços no Missouri do que em Nova Jersey, dois estados norte-americanos. Mas a disparidade regional permanece considerável mesmo depois de levar em conta as diferenças de preços. “Um fato desconcertante é que regiões com baixos níveis de renda tendem a ter menos acesso a cuidados de saúde, menores níveis de educação e maiores taxas de desemprego”, mostra o levantamento do FMI.

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