Em 2023, aproximadamente 47% do petróleo produzido no Brasil foi exportado (1,6 milhão de barris de petróleo por dia). Os principais compradores foram a China, que recebeu em média 49,5% do volume total; os Estados Unidos com 11,1% do total; e, em terceiro lugar, a Holanda, com 8,1% das exportações. O volume foi 18,9% maior que o verificado em 2022, quando as exportações foram de 1,34 milhão b/d em média.
Porém as importações também aumentaram. Foram importados 290 mil barris de petróleo por dia, em média, ao longo do ano passado, um aumento de 5,8% em relação a 2022.
As informações estão no 1º Boletim de Produção e Exploração de Petróleo e Gás divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). A periodicidade da publicação será trimestral. Nesta edição, foi destacada a produção de petróleo e gás em 2023, com base nos dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Assim como em anos anteriores, a Petrobras foi a principal responsável pela produção nacional tanto na posição de operadora como de concessionária.
Em 2023, a produção nacional de óleo e gás foi recorde, atingindo a marca de 4,34 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), um aumento de 11,7% em relação a 2022, de acordo com a ANP. A produção média anual de petróleo ficou em 3,4 milhões de barris por dia, volume que é 12,5% superior a média de 2022.
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“Apesar da produção recorde, impulsionada principalmente pelo aumento da produção no pré-sal, nota-se a redução da participação da Petrobras em um dos setores mais estratégicos para a segurança energética nacional”, destaca a publicação do Ineep.
Como operadora, a Petrobras foi responsável por 89,2% da produção nacional de óleo e gás, valor abaixo do registrado em 2022, quando a estatal foi responsável por 92,5% da produção brasileira. Em 2014, a Petrobras detinha uma participação de 91,3% na produção nacional como operadora. Portanto, ao longo de uma década, apesar do aumento da produção, impulsionado principalmente pelo pré-sal, a participação da Petrobras na produção nacional como operadora diminuiu em 2,1 pontos percentuais.
Já como concessionária, a produção da Petrobras registrou uma redução percentual ainda maior. Em 2014, a estatal foi responsável por 85,2% da produção do país, enquanto em 2023 esse percentual caiu para 64,4%. Isso representa uma redução de pouco mais de 20 pontos percentuais.
“A redução da participação proporcional da Petrobras como operadora e como concessionária pode ser justificada por, ao menos, três fatores:
- redução dos investimentos da companhia nos últimos anos
- a privatização de campos de produção
- a ampliação da atuação de outras empresas na produção de petróleo, especialmente de multinacionais em campos de alta produtividade no pré-sal”, destacou o boletim.
Volume produzido
Do total de petróleo e gás natural produzido em 2023, cerca de 3,3 milhões boe/d foram provenientes do pré-sal, o que representa aproximadamente 76% da produção total no Brasil. A produção no pré-sal aumentou 13% em comparação ao ano anterior. Já a produção do pós-sal alcançou a marca de 827 mil boe/d, um aumento de 9,1% em relação a 2022, e correspondeu a cerca de 19% da produção nacional. Por fim, a produção média em terra (onshore) foi de 213 mil boe/d, representando 4,9% da produção nacional e um aumento de 2,9% em relação ao ano anterior.
Os campos de maior produção foram Tupi, com uma média anual de produção de 1,08 milhão boe/d, seguido por Búzios e Mero, que produziram, respectivamente, 788 e 283 mil boe/d. Esses campos são todos marítimos e estão localizados no pré-sal da bacia de Santos, juntos eles foram responsáveis por cerca de 49,6% da produção de óleo e gás total em 2023.
Segundo a ANP, quatro novas plataformas da Petrobras foram colocadas em operação ao longo de 2023. Duas delas foram implantadas no pré-sal da bacia de Santos. Outra, a FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios, e atingiu uma produção de 182 mil boe/d em dezembro de 2023. E, por fim, a FPSO Sepetiba do campo de Mero, que iniciou suas operações em dezembro de 2023.
Como parte do processo de revitalização de campos de produção, a Petrobras instalou na Bacia de Campos duas FPSOs, a Anita Garibaldi e a Anna Nery, ambas operando tanto em poços do pós-sal quanto do pré-sal. Essas unidades produziram cerca de 19 e 48 mil boe/d de óleo e gás, respectivamente, em dezembro de 2023.
A bacia de Santos, no pré-sal, foi responsável por 74,4% da produção nacional em 2023, totalizando uma média de aproximadamente 3,23 milhões boe/d. Outro destaque foi a bacia de Campos, também no pré-sal, que registrou a segunda maior produção média do país, cerca de 878 mil boe/d. A produção de gás natural no ano de 2023 atingiu uma média anual de 150 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), cerca de 8,7% maior do que a produção média observada em 2022, ano em que a produção foi de 137,9 milhões de m³/d.