Brasil expressa preocupação com debate sobre plásticos

Reciclagem de alumínio chega a 97% e de PET ainda tem potencial para crescer

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Reciclagem de tampinha de plástico (Foto: divulgação)
Reciclagem de tampinha de plástico (Foto: divulgação)

O governo brasileiro lamentou ontem a nova suspensão da quinta sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação responsável por elaborar um instrumento internacional para combater a poluição por plásticos, inclusive no ambiente marinho. A suspensão ocorreu durante a reunião do comitê, realizada este mês, em Genebra, na Suíça.

De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, “a delegação brasileira participou de forma ativa e construtiva das negociações em Genebra, defendendo posições equilibradas que buscavam conciliar diferentes visões sobre como enfrentar a poluição plástica, em um contexto de polarização entre países”.

O Brasil apresentou propostas em áreas estratégicas como financiamento, saúde, cooperação internacional e transição justa, destacando a importância do apoio adequado dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento. Também foi enfatizado o reconhecimento do papel fundamental de catadores na cadeia de resíduos.

Segundo os diplomatas, o avanço nas discussões sobre transição justa foi bem recebido por organizações de trabalhadores e representantes do setor de reciclagem, que reconheceram a valorização da importância social e econômica de milhões de pessoas envolvidas na gestão de resíduos.

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Mesmo sob pressão do mercado, cadeia do PET reciclado avança

Nos últimos 12 meses, o mercado de PET reciclado viveu uma inversão de forças. Enquanto a resina virgem acumulou uma valorização de cerca de 8%, o PET reciclado de grau alimentício subiu 15%, pressionado especialmente pelo aumento expressivo no preço da sucata plástica de PET, que disparou 37% no período. O resultado foi uma perda de competitividade do reciclado em relação ao virgem – especialmente em aplicações de maior valor agregado, como embalagens alimentícias e de bebidas -, criando um cenário desafiador para os recicladores, isso, segundo dados apurados pela Maxiquim, consultoria com foco na indústria química, petroquímica e de plásticos.

“A lógica do mercado precisa evoluir. Sustentabilidade não pode ser medida apenas pelo preço da tonelada de sucata. Investimos em eficiência, tecnologia e inclusão social porque acreditamos que isso garante competitividade no médio e longo prazo – e fortalece a cadeia de ponta a ponta”, afirma Irineu Bueno Barbosa Junior, CEO da Cirklo, recicladora de PET.

Para Maurício Jaroski, diretor da Maxiquim, especializada em inteligência de mercado no setor reciclador, o momento exige realismo e estratégia:

“A cadeia do PET reciclado ainda é extremamente sensível a oscilações de demanda e preço. O aumento no custo da sucata, somado à queda na procura por parte das indústrias, vêm pressionando as margens dos recicladores e gerando desequilíbrios em toda a cadeia – desde catadores até os grandes processadores. Nesse cenário, modelos mais estruturados e profissionalizados conseguem resistir melhor e até influenciar positivamente o mercado como um todo.”

Com informações da Agência Brasil

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