Brasil novamente na lanterna do crescimento mundial

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Fila de emprego (Foto: Rovena Rosa/ABr)
Fila de emprego (Foto: Rovena Rosa/ABr)

O órgão de comércio e desenvolvimento da ONU (Unctad) rebaixou sua projeção de crescimento econômico global para 2022 de 3,6% para 2,6% devido à guerra na Ucrânia e a mudanças nas políticas macroeconômicas feitas pelos países nos últimos meses.

Embora a Rússia deva experimentar uma recessão profunda este ano, com queda no Produto Interno Bruto (PIB) estimada em 7,3%, espera-se desacelerações significativas no crescimento em partes da Europa Ocidental e da Ásia Central, Sul e Sudeste.

Para a economia brasileira, a projeção da Unctad caiu de 1,8% para 1,3% em 2022. Embora possa ser considerada otimista – a média da estimativa do mercado financeiro (Boletim Focus) é de apenas 0,5% – ainda assim é, junto com México e Reino Unido, o pior desempenho entre os países analisados pelo órgão da ONU, exceto a Rússia.

O crescimento médio estimado pela Unctad para os países em desenvolvimento é de 3,7%, muito acima da alta esperada pelo Brasil. A China, como de costume, lidera, com 4,8%, empatada com Arábia Saudita. A Argentina, que teve crescimento acelerado em 2021 (10,1%) deve crescer 4,6% em 2022.

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A guerra em curso na Ucrânia provavelmente reforçará a tendência de aperto monetário nos países avançados, após movimentos semelhantes que começaram no final de 2021 em vários países em desenvolvimento devido a pressões inflacionárias, com cortes de despesas também previstos nos próximos orçamentos, analisa a Unctad. “Os efeitos econômicos da guerra na Ucrânia agravarão a desaceleração econômica em curso globalmente e enfraquecerão a recuperação da pandemia”, disse a secretária-geral do órgão, Rebeca Grynspan.

O aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis terá um efeito imediato sobre os mais vulneráveis os países em desenvolvimento, resultando em fome e dificuldades para as famílias que gastam a maior parte de sua renda em alimentos. Mas a perda de poder de compra e gastos reais acabará por ser sentida por todos, reforça a Unctad.

“O perigo para muitos dos países em desenvolvimento que dependem fortemente da importação de alimentos e combustíveis é mais profundo, pois os preços mais altos ameaçam os meios de subsistência, desencorajam o investimento e aumentam o espectro de déficits comerciais crescentes”, diz o relatório.

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