O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu o apoio do Egito à operação de retirada dos cerca de 30 brasileiros que vivem na Faixa de Gaza, no Oriente Médio. Vieira conversou com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, por telefone, na manhã desta quarta-feira.
“Pedi que nos apoiasse, nos ajudasse a facilitar a passagem de ônibus com passageiros brasileiros que se encontram na Faixa de Gaza” informou Vieira, em vídeo. Segundo o ministro, a intenção inicial das autoridades brasileiras é transportar os brasileiros e, em alguns casos, seus parentes próximos, até Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito.
“Creio que esta será a saída para evacuar os brasileiros que se encontram correndo riscos nesta região conflagrada”, acrescentou o chanceler brasileiro, afirmando contar com o apoio egípcio na liberação da passagem dos brasileiros pelo posto de fronteira, fechado devido à escalada da violência na região em função do atual confronto militar entre Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Pouco após a divulgação do vídeo, o Itamaraty realizou uma coletiva de imprensa para fornecer a jornalistas mais informações a respeito da situação dos brasileiros em Israel e na Palestina e sobre a operação de repatriação dos que solicitaram apoio governamental para retornar ao Brasil.
De acordo com o diretor do Departamento Consular do Itamaraty, Aloysio Mares Dia Gomide Filho, servidores do escritório de representação do Itamaraty em Ramala, na Palestina, já estão em contato com os 30 brasileiros e também já contrataram ônibus para transportar o grupo até o Egito tão logo o governo egípcio autorize o ingresso dos brasileiros no país. “Isso já está sendo organizado e, diante do atual cenário, apesar dos riscos, este é o plano principal. Claro que qualquer outra possibilidade mais segura que surgir ao longo do tempo será avaliada”.
Até o momento, 2.733 brasileiros já responderam ao formulário que a embaixada brasileira em Tel Aviv, em Israel, disponibilizou na internet. Segundo Gomide Filho, nem todos, no entanto, manifestaram intenção de deixar a região neste primeiro momento.
“O formulário foi disponibilizado para os brasileiros que estão na região preencher não apenas por interesse na repatriação, mas também para a embaixada saber onde eles estão e qual sua situação, para poder oferecer algum outro tipo de apoios além da repatriação. Vários não querem partir”, explicou Gomides Filho, acrescentando que, entre os 2.733 formulários entregues à embaixada, há cadastros repetidos.
“Verificamos o fenômeno de duplo, até triplo registro. Algumas pessoas estão se inscrevendo mais de duas vezes, em alguns casos. Estamos revendo esta lista, fazendo um pente-fino” afirmou Gomides Filho, frisando que, entre os 2.733 formulários, estão os entregues pelos primeiros 211 brasileiros que desembarcaram.
A maioria dos brasileiros em Israel é composta por turistas que visitavam Tel Aviv e Jerusalém quando, no último sábado (7), o Hamas deflagrou um ataque coordenado, por ar e terra, contra o território israelense, atingindo civis e militares, indistintamente. Seguiu-se, então, uma forte reação militar de Israel, que passou a bombardear a Faixa de Gaza, um estreito pedaço de terra de cerca de 41quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo, onde vivem cerca de 2,2 milhões de palestinos e que é controlado pelo Hamas, grupo islâmico de resistência ao avanço israelense sobre o território palestino.
O governo brasileiro já mobilizou outros cinco aviões para a operação de resgate dos brasileiros. A segunda aeronave, um KC-30, com capacidade para transportar até 230 passageiros, chegou a Tel Aviv no início da manhã desta quarta-feira, levando a bordo, além da tripulação, dois médicos, dois enfermeiros e uma psicóloga da Aeronáutica. A previsão é de que o voo chegue ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, esta noite.
“Estamos priorizando os brasileiros que não residem na região e, por estarem em hotéis, aguardando por um voo de volta, tem menos condições que os residentes. Além disso, naturalmente, há todos os grupos vulneráveis: idosos, mulheres grávidas, crianças. Estes [grupos] têm prioridade e, logicamente, a lista é grande”, disse Gomides Filho.
O sentimento é de alívio ao pisar em solo brasileiro após 14 horas de viagem deixando para trás a insegurança de uma zona de guerra. Esse é o relato geral dos brasileiros que desembarcaram nesta quarta-feira na Base Aérea de Brasília, vindos de Tel Aviv, em voo da FAB.
O primeiro avião trazendo 211 brasileiros de Israel aterrissa às 4h da manhã, na Base Aérea de Brasília. A operação de resgate, denominada Voltando em Paz, começou no domingo (8) com a saída da aeronave do Brasil com destino à Itália e, de lá, para Tel Aviv (capital israelense), de onde os brasileiros embarcaram.
O Governo Federal mobilizou a repatriação dos brasileiros devido ao confronto iniciado no último fim de semana entre Israel e o grupo Hamas, no Oriente Médio. Segundo os relatos, há tumulto no aeroporto, com estrangeiros tentando sair do país, mas sem voos e resgate para todos.
A orientação das autoridades israelense foi para que as pessoas ficassem dentro das casas e hotéis, para evitar exposição.
A logística começou a ser organizada já no último sábado pelo Governo Federal, assim que teve início o conflito. Olivieri e a tripulação farão uma pausa para o descanso e, no fim do dia, voltam para Israel, para mais um voo de resgate de brasileiros. No total, serão cinco voos até domingo na chamada Operação Voltando em Paz, coordenada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. Neste primeiro momento, a estimativa é retirar 900 brasileiros que estão em Israel e na Palestina.
O Itamaraty já colheu os dados de pelo menos 2,7 mil brasileiros interessados em deixar a região e voltar ao Brasil. A maioria é turistas que estavam hospedados em Tel Aviv e Jerusalém quando, no último sábado (7), o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, deflagrou um ataque contra o território israelense. Seguiu-se, então, forte reação militar de Israel, que passou a bombardear a Faixa de Gaza.
Neste primeiro momento, o Itamaraty priorizou o traslado de cidadãos que residem no Brasil e visitavam a região do conflito sem ter passagem de volta. Uma segunda etapa da operação está sendo planejada, após a conclusão desses primeiros cinco voos. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, em torno de 14 mil brasileiros vivem em Israel e 6 mil na Palestina.
Com informações da Agência Brasil
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