Brasil pode ter crescimento no consumo dentro do lar em 2022

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Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)
Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)

Em 2020 o consumo global da cesta de bens de consumo massivo (FMCG) apresentou um crescimento quatro vezes maior do que em 2019, chegando a 10%, o equivalente a US$ 220 bilhões. Esse aumento foi impulsionado pelo consumo dentro do lar, num momento de isolamento social na pandemia de Covid-19, e a América Latina foi a região que mais sentiu o impacto. Relatório global Omnichannel da Kantar revela que o mundo já está voltando às tendências de comportamento de compra de bens de consumo massivo do período pré-pandemia, registrando ritmo mais lento no desempenho das vendas de alimentos para consumo domiciliar, com crescimento de apenas 0,8% até setembro de 2021. Apesar dessa desaceleração, as vendas permaneceram 8,4% maiores do que antes da Covid-19 e os canais de compra que performaram positivamente de janeiro a setembro do ano passado, em comparação ao mesmo período de 2019 foram comércio eletrônico e atacarejo.

As cestas mais beneficiadas globalmente dentro de casa ano passado foram as de bebidas, lácteos e higiene e beleza, em decorrência do retorno à vida social com o avanço da vacinação no mundo. Alimentos tiveram declínio no In Home, porém, apresentaram incremento fora do lar.

Com relação ao desempenho de canais de venda, o comércio eletrônico ainda cresceu ano passado, mesmo com a volta das pessoas às ruas, mas em ritmo mais lento, representando 13,4% das vendas globalmente entre janeiro e setembro de 2021, enquanto os hipermercados e supermercados perderam participação em cerca 1% em comparação com 2020.

Em termos de penetração do comércio eletrônico, o destaque foi o Brasil, que passou de 4% em 2019 para 13% em 2021, devido à conquista de clientes fiéis a esse canal, atingindo a marca de 13% de compradores online dizendo ter usado o comércio eletrônico para adquirir alimentos e bebidas ao menos seis vezes durante 2021 e 19% deles afirmando ter comprado por esse canal de três a cinco vezes no mesmo ano, contra 12% em 2019.

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Com base nos dados coletados até o terceiro trimestre de 2021, num momento em que taxas de contágio estavam baixas, a Kantar previa um crescimento de 6,5% em valor no consumo dentro do lar em 2022 no Brasil, atrás apenas da Indonésia (7,6%). Países europeus e China manteriam estabilidade, com menos 1%. A confirmação do desempenho do setor, no entanto, vai depender da evolução das taxas de transmissão de Covid-19 ao longo do ano.

O estudo mostra que o comportamento de consumo voltou ao normal mais rápido do que o esperado, com o consumo fora de casa mostrando sinais de recuperação, o canal varejo eletrônico já experimentando uma desaceleração na maioria dos países pesquisados, e o mercado de bens de consumo massivo se mantendo estável em 2022 num cenário de taxas de contágio controladas. Isso significa que as empresas devem começar a repensar suas estratégias de vendas para este ano e devem ter a capacidade de redirecioná-las rapidamente de acordo com a evolução da pandemia.

Já estudo foi realizado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), com base no Índice de Preços dos Supermercados, que acompanha variações relativas aos preços praticados no setor, apontou que a cesta de leites (longa vida, tipo B, especiais) registrou deflação de 2,46% em dezembro e de 1,96% no acumulado do ano, com destaque para o leite tipo longa vida, com queda de 2,48% em dezembro e de 2,01% em 2021. A redução no custo das commodities e o aumento das pastagens em muitas regiões produtoras influenciaram no resultado. Apesar dessas boas condições, o alto preço dos combustíveis é um fator que encarece o custo logístico da operação.

Em relação ao leite em pó, o cenário favorável para exportação reduziu a oferta interna do produto, o que levou à elevação de 0,42% no valor comercializado em dezembro e de 2,72% no ano. O volume total exportado em 2021 atingiu a marca de 5.768.067 (Kg) contra 1.222.224 (kg) em 2020, incremento de 371%.

Quanto aos derivados do leite, a alta dos combustíveis e o crescente custo da energia elétrica afetaram a cadeia produtiva, gerando inflação de 1,01% em dezembro, total de 15,54% no acumulado do ano. Dentre os queijos, que tiveram seus preços pressionados desde o início de 2021 devido ao aumento do ICMS no produto decretado pelo Governo do Estado de São Paulo, o queijo mozarela foi o item que sofreu o menor aumento nessa categoria: 0,28% em dezembro e 2,90% no acumulado do ano.

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