Brasil real: alimentos mais caros, aposentadoria mais longe

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O valor da cesta básica aumentou em 16 das 17 capitais no ano passado. A maior alta foi de 23,64% em Vitória, segundo o Dieese. Houve altas expressivas também em Goiânia (16,94%), Recife (15,63%) e Natal (12,41%). O menor aumento ocorreu em Salvador (4,85%), ainda assim acima da inflação do ano, estimada em torno de 4%. Aracaju foi a única capital em que houve queda, de 1,89%.

Esses aumentos pesam no bolso da população mais pobre, principalmente. O salário mínimo teve aumento de apenas 4,1%. Segundo o Dieese, quem recebe o piso gasta mais da metade do valor na compra da cesta básica.

O problema, porém, parece distante das forças de oposição. O que se convencionou chamar de esquerda não dá a essa pauta a importância que deveria. O jornal espanhol El País publicou nesta quinta-feira entrevistas com algumas pessoas que votaram em Bolsonaro. A publicação ouvira os mesmos eleitores no início do ano passado. Uma das entrevistadas, uma senhora, se diz contente com o governo, mas critica a alta dos preços, citando que o arroz dobrou de valor. A carne, então…

A mesma senhora diz concordar que é melhor de que é mais importante ter algum trabalho, mesmo que seja precário, do que ter direitos trabalhistas. Mas ela, que tem carteira, pensa em se aposentar em 2020. Só que não sabe o efeito da reforma da Previdência no seu caso.

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São efeitos concretos da política econômica neoliberal fundamentalista que vem sendo aplicada desde 2015. Críticas e propostas alternativas mobilizarão a oposição?

 

Queda real

O primeiro reajuste do Governo Bolsonaro para o valor do salário mínimo foi de 4,1% em 2020, não repondo a inflação acumulada em 2019 de 4,6% para famílias pobres (rendimento mensal de até 2,5 salários mínimos), segundo a FGV, o que correspondeu a queda de 0,5 ponto no seu poder aquisitivo”, analisa, em tuíte, o professor Marcio Pochmann.

 

Caridade com chapéu alheio

O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, reviu a liminar concedida por ele próprio no último dia 31 e aceitou a redução nos valores do seguro obrigatório (Dpvat) determinada pelo governo. Com isso, o valor do seguro passa a ser de R$ 5,21 para carros de passeio e táxis e R$ 12,25 para motos, o que representa uma redução de 68% e 86%, respectivamente, em relação a 2019.

O ministro acolheu os argumentos da Advocacia-Geral da União (AGU) de que o consórcio Seguradora Líder tem um fundo com R$ 8,9 bilhões, razão pela qual, mesmo que o Dpvat fosse extinto, ainda haveria recursos suficientes para cobrir as obrigações.

Quem perde com esta decisão é o SUS, que recebe metade de todo dinheiro arrecadado pelo seguro obrigatório. Como os acidentes e as consequências deles (que vão desembocar no sistema público de saúde) não vão diminuir 86%, nem 68%, o custo continuará o mesmo, mas a receita será inferior.

 

Lavanderia

A pré-candidata democrata à Presidência dos EUA Elizabeth Warren anunciou um conjunto de políticas destinadas a atacar a corrupção global, citando a investigação dos Panama Papers de 2016 como referência para o plano.

Warren quer padronizar informações sobre os verdadeiros donos das empresas de fachada norte-americanas e aumentar a colaboração entre os governos dos países para combater a sonegação de impostos e o sigilo financeiro.

 

Rebolado

Na TV iraniana, locutores leram mensagens de brasileiros, fazendo o papel do Itamaraty, dizendo que não querem guerra. No meio dos posts apareceu até uma foto da Gretchen. Faz mais sentido do que qualquer coisa que vocifere o “menino do Acre” que bate ponto no Ministério.

 

Rápidas

Música no Museu, que comemora 23 anos, abre sua temporada 2020 no CCBB (RJ) dia 15, às 12h30, com pianistas apresentando a coleção de 15 valsas para piano solo de Ludwig Van Beethoven. O grande músico será homenageado mundialmente este ano, 250º aniversário do compositor *** O professor José Eduardo Lutaif Dolci será empossado diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 7 de fevereiro, às 10h, no auditório da Vila Buarque, São Paulo (SP) *** O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) elegeu nessa quarta-feira a nova diretoria para os próximos dois anos. Foi reconduzido à presidência o contador Zulmir Breda.

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