Queda na ocupação indica que pior do desemprego está por vir

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O IBGE estimou em 81,1 milhões a população ocupada do país na semana de 5 a 11 de julho, com pequena queda, que o instituto considera estabilidade, em relação à semana anterior (81,8 milhões de pessoas) e forte queda em relação à semana de 3 a 9 de maio (83,9 milhões de pessoas), ou seja, são menos 2,8 milhões de trabalhadores ocupados.

O nível de ocupação foi de 47,6%, estável frente a semana anterior (48,1%) e com queda em relação à semana de 3 a 9 de maio (49,4%).

A taxa de informalidade foi de 34%, estável em relação à semana anterior (34,2%), porém recuando frente a semana de 3 a 9 de maio (35,7%).

Cerca de 7 milhões (8,6% da população ocupada) estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social. A redução vem sendo mantida: em relação à semana anterior (8,3 milhões ou 10,1% da população ocupada) e frente a semana de 3 a 9 de maio (16,6 milhões ou 19,8% dos ocupados).

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A taxa de pessoas desocupadas é de 13,1% da população, em um total de 12,2 milhões de pessoas sem trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid-19). O percentual fica acima da taxa de 12,3% da semana anterior (11,5 milhões) e da primeira semana de maio, que registrou 10,5% da população desocupada.

Mercado informal

Já pesquisa realizada pelo Chazz, estúdio de design criativo da Everis, consultoria especializada em TI e Negócios, do grupo NTT Data, apontou que os trabalhadores informais representam 41,4% da força de trabalho nacional em 2020. A pesquisa "Trabalhadores Essenciais", do estúdio de design da Everis, cujo título respeita a constatação de que a maioria desses profissionais considera o termo "informais" pejorativo, considerou profissionais que trabalham por conta própria sem CNPJ registrado, não tem carteira de trabalho no setor privado, que trabalham ajudando parentes em seus negócios e que são empreendedores sem CNPJ registrado.

A pesquisa detectou que as principais tensões que impulsionam o crescimento do mercado informal são: altos índices de desemprego; empreendedorismo estrutural; digitalização do mercado; e inovação exigida pelo capitalismo e pouca literacia digital, entre outros – 38% da classe C tem alguém próximo sem acesso à internet, segundo a Consumoteca 2020, e 5,5 milhões de cidadãos, com renda de até meio salário mínimo, não têm conta em banco ou acesso à internet, de acordo com o Instituto Locomotiva.

Na pesquisa recente realizada pela Desabafo Social e Afrotrampos com 200 pequenos e médios empreendedores – dos quais 30,8% possuem um negócio sem CPNJ e 60,3% são MEI -, 75,1% não estão conseguindo vender seus produtos ou serviços e 36,7% planejam pedir empréstimo a amigos e familiares devido à crise da Covid-19.

A pesquisa foi realizada junto a uma amostra de 69 profissionais informais, em cinco capitais brasileiras (Belém, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo).

 

Matéria atualizada às 21h50

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