Brasil teve quase R$ 800 milhões em tentativas de fraude no primeiro trimestre

Janeiro foi o mês mais visado por fraudadores; maior número de fraudes é realizada em contas de pessoas jurídicas e no Pix

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Smartphone com logo do Pix no site do Banco Central
Pix (foto de Marcello Casal Jr, ABr)

O Brasil registrou cerca de 800 mil tentativas de fraude no primeiro trimestre de 2024, redução de 23,3% comparado ao mesmo período do ano passado. Em valores, as tentativas de golpe no trimestre representam R$ 766,3 milhões. O estudo analisou 63,7 milhões de pedidos, entre 1° de janeiro a 31 de março, e aponta que o valor do tíquete médio das tentativas foi de R$ 948,64, aumento de 0,3% frente a 2023.

É o que apontou estudo da ClearSale, que considerou apenas pagamentos via cartão de crédito no setor do varejo eletrônico. São consideradas tentativas de fraude todas as transações que foram classificadas como suspeitas ou confirmadas.

A maior concentração de tentativas de fraude ocorreu em janeiro, com 284,6 mil ocorrências e um tíquete médio de R$ 954,82. Em março, foram registradas 270,2 mil tentativas, com um tíquete médio de R$ 957,70. Já fevereiro teve 252,9 mil tentativas, com um tíquete médio de R$ 932,01. No trimestre, as quartas-feiras registraram o maior número de pedidos e tentativas de fraude, sendo que o maior percentual dessas tentativas ocorreu entre 0h e 5h.

A Região Nordeste ficou na liderança com o maior índice de golpes (1,4%) e um tíquete médio de tentativas de fraude de R$ 1.021,82. Em seguida, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte empataram (1,3%), apresentando tíquetes médios de R$ 1.023,52, R$ 934,60 e R$ 924,89, respectivamente. A Região Sul registrou a menor taxa (0,8%) e um tíquete médio de R$ 984,91.

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As categorias de produtos com maior percentual de tentativas de fraude foi games (10,7%), com tíquete médio de R$ 806, eletrônicos, considerando TV e monitor (4,8%), com R$ 2.597, e geladeira e freezer (4,1%), com R$ 3.550; logo após, celulares (3,7%), representando R$ 2.756, e produtos de beleza (2,2%), apresentando R$ 412.

O estudo mostra que o público masculino teve o maior percentual de tentativas de fraudes, sendo 1,7%, enquanto o público feminino representa 1,0%. Em relação à faixa etária, pessoas de até 25 anos foram as que mais sofreram tentativas (1,9%), seguido pelo grupo de pessoas acima de 51 anos (1,6%) e pessoas que têm entre 26 e 35 anos (1,2%).

Já o Censo de Fraudes Asaas 2023 avaliou mais de 141 milhões de transações, totalizando uma movimentação de mais de R$ 21 bilhões. Entre os dados relevados, identificou que embora as pessoas ainda achem o cartão de crédito muitas vezes menos seguro, as fraudes no Pix ainda lideram o ranking com mais fraudes nos pagamentos, seguido do cartão de crédito e boleto.

Diferentemente do outro estado, para o Asaas, entre as regiões, a Sudeste ficou à frente com mais de 300 mil atividades fraudulentas, seguida do Nordeste com mais de 104 mil. Já no que se refere a tíquete médio, quem ocupa o primeiro lugar é a Região Norte com R$ 1.208, seguida do Nordeste com R$ 1.010 e finalizando com a Sul com R$ 1.021. A Região Norte que, apesar de estar na última posição em quantidade de transações duvidosas, apresentou tíquete médio 2 vezes maior do que o tíquete médio de transações legítimas da plataforma.

O Censo de Fraudes identificou ainda um dado que traz um importante alerta. Apesar da maioria das transações fraudulentas terem sido realizadas por contas de pessoas jurídicas (61%) com tíquete médio elevado, ainda sim, uma parte grande de contas fraudulentas vieram de pessoas físicas (38%). Isso significa que os criminosos têm utilizado contas físicas devido à facilidade em utilizá-las como contas laranjas.

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