O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira a PNAD Contínua, que revela que o Brasil conseguiu a marca dos 100,2 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre encerrado em outubro. Esta é a primeira vez, desde 2012, quando a pesquisa foi criada, que o país ultrapassa os 100 milhões de pessoas com ocupação.
Segundo o IBGE, a alta foi de 0,9%, ou seja, mais 862 mil pessoas ocupadas no trimestre e 0,5%, mais 545 mil no ano.
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57,2%, crescendo 0,4 p.p. frente ao trimestre de maio a julho (56,9%) e ficando estável na comparação anual.
“Todos os núcleos têm gerado emprego. Quanto menor o índice de desemprego, maior é a probabilidade do índice de geração de renda e isso implica em aumento de consumo e prosperidade econômica para o país”, destaca Volnei Eyng, CEO e economista da Multiplike.
A PNAD Contínua mostra que a economia local não perdeu tração. Para Eyng, a queda da taxa de desemprego no decorrer de 2023, lentamente, tem como principal ponto positivo a iniciativa de redução dos juros por parte do Banco Central (BC). “Esse movimento ajudou a ‘segurar’ a economia”, diz.
“Também mostra que a diminuição do desemprego tem sido bastante benigna, sem nenhum ponto, dado que todos os núcleos têm gerado emprego. Quanto menor o índice de desemprego, maior é a probabilidade do índice de geração de renda e isso implica em aumento de consumo e prosperidade econômica para o país”, destaca Eyng.
O economista lembra que o BC já cortou a taxa Selic em novembro, de 12,75% para 12,25% ao ano e há a expectativa de um novo corte agora em dezembro, de mais 50 pontos-base. O economista explica que a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, e o corte de novembro se deu em uma decisão unânime entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na prática, ressalta, se o juro cai, o custo do dinheiro fica mais barato e isso traz ânimo ao empresário que pode captar recursos para contratar, expandir as operações ou comprar maquinário. Ou seja, reflete diretamente na economia de forma positiva.
Empregados com carteira assinada
De acordo com a PNAD Contínua, o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) chegou a 37,6 milhões, com alta de 1,7% (mais 620 mil) no trimestre e de 2,7% (mais 992 mil) no ano. É o maior contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2014. O número de empregados sem carteira no setor privado (13,3 milhões) ficou estável no trimestre e no ano.
Também o número de trabalhadores por conta própria (25,6 milhões de pessoas) cresceu 1,3% (mais 317 mil) frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.
A pesquisa mostra ainda que o número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões) ficou estável nas duas comparações, assim como o número de empregadores (4,2 milhões) e a de empregados no setor público (12,1 milhões).
Já a taxa de informalidade foi de 39,1% da população ocupada (ou 39,2 milhões de trabalhadores informais) contra 39,2% no trimestre anterior e 39,1% no mesmo trimestre de 2022.
Segundo ao estudo, o rendimento real habitual (R$ 2.999) cresceu 1,7% no trimestre e 3,9% no ano, e a massa de rendimento real habitual (R$ 295,7 bilhões) atingiu novo recorde da série histórica, crescendo 2,6% frente ao trimestre anterior e 4,7% na comparação anual.
Taxa de desocupação caiu
De acordo com a PNAD Contínua, a taxa de desocupação (7,6%) no trimestre encerrado em outubro de 2023 caiu -0,3 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de maio a julho de 2023 (7,9%) e caiu 0,7 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2022 (8,3%). Foi a menor taxa desde o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2015.
A população desocupada (8,3 milhões) caiu 3,1% (menos 261 mil pessoas) no trimestre e 8,5% (menos 763 mil) no ano. Foi menor contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2015.
A taxa composta de subutilização (17,5%), recuou 0,3 p.p. frente ao trimestre encerrado em julho (17,7%) e caiu 2 p.p. ante o mesmo trimestre de 2022 (19,5%). Foi a menor taxa desde o trimestre móvel encerrado em dezembro de 2015.
Já população subutilizada (20,0 milhões de pessoas) ficou estável no trimestre e recuou 11,6% no ano. É o menor contingente desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016.
Segundo o IBGE, a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,4 milhões) cresceu 5,6% (mais 287 mil) no trimestre e caiu 9,1% (menos 546 mil) no ano.
A população fora da força de trabalho (66,6 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 2,7% (mais 1,7 milhões) ante o mesmo trimestre de 2022.
A população desalentada (3,4 milhões) caiu 6% ante o trimestre anterior (menos 220 mil pessoas) e 17,7% (menos 741 mil pessoas) no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em agosto de 2016.
O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,1%) caiu 0,2 p.p. no trimestre (3,3%) e recuou 0,6 p.p. no ano (3,7%).
Matéria editada às 15h13 para incluir a análise do economista da Multiplike
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