Brasileiro faz reserva para planos de saúde, mas subestima seguro viagem

Viajar com crianças torna ainda mais indispensável a contratação; proteção evita gastos inesperados e altos com atendimento à saúde

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Passageiros em aeroporto (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Passageiros em aeroporto (Foto: Fernando Frazão/ABr)

Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revelam que cerca de 51 milhões de brasileiros contam com planos de saúde, mas, segundo estudo da Coris, muitos consideram o seguro viagem apenas um “plus”, sem a devida atenção às suas coberturas e benefícios.

Em 2023, a Coris registrou cerca de 11 mil acionamentos de apólice, sendo que 68% estavam relacionados a Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas (DMHO) em viagens nacionais e internacionais. Entre esses atendimentos, a febre se destacou como o sintoma mais prevalente, representando 84,8% das solicitações de assistência médica.

“A resistência dos brasileiros em adquirir seguros pode ser compreendida, pois muitos acreditam que eventos médicos inesperados são menos prováveis durante viagens curtas. No entanto, assim como podem ocorrer urgências em solo nacional, elas também podem surgir durante uma viagem, e estar preparado para essas situações pode evitar contratempos maiores e despesas imprevistas”, diz o estudo.

Segundo levantamento da Secretaria Nacional de Viagens e Turismo, somente em 2023, o mês de julho havia batido recorde com 145 mil passageiros viajando do Brasil para os EUA – um dos destinos mais escolhidos dos brasileiros – e o país, de acordo com pesquisa da fundação de saúde americana The Commonwealth Fund tem o sistema de saúde mais caro do mundo. Recentemente uma internauta divulgou em suas redes sociais que teve um atendimento médico, não sendo uma internação e apenas a realização de poucos procedimentos, mas foi cobrada em mais de US$ 5 mil (cerca de R$ 27 mil). E, por ter uma cobertura de saúde, pagou apenas US$ 100.

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Quando o destino é Japão, a isenção de emissão de visto para brasileiros que desejam visitar o país resultou em aumento de 135% na procura por passagens aéreas destinadas ao país em 2023, de acordo com verificação do metabuscador Kayak, que analisou a busca por voos de ida e volta dos principais aeroportos do Brasil. O aumento do turismo para o Japão e para outros destinos no continente asiático ampliou as demandas relacionadas com a saúde e o bem-estar.

Segundo levantamento da Omint Seguros, adoecer na Ásia pode custar até cinco vezes o valor de um bilhete aéreo bem estruturado. O tratamento de uma simples dor de ouvido em Tóquio não fica por menos de US$ 490, em média. Mais a oeste do continente, em Doha (Catar), sede da última Copa do Mundo, as despesas com cuidados para controle de pressão arterial ficam entre US$ 400 e US$ 1.500, enquanto o atendimento por deficiência respiratória chega a US$ 500. Já nos Emirados Árabes Unidos, na Índia ou na Coreia do Sul, em caso de uma gripe, o viajante pode desembolsar mais de US$ 270.

Em casos de maior complexidade, que demandam grande atenção médica, os valores podem se tornar ainda mais onerosos, variando de acordo com a região em que o turista está.

“Muitas pessoas deixam de considerar o seguro viagem quando o destino não exige o documento para a entrada de turistas e executivos, mas isso pode comprometer ou inviabilizar a continuidade da viagem. Ficar doente é um dos piores cenários, sobretudo em regiões onde não há o domínio do idioma”, destaca Anna Angotti, gerente de Seguros de Vida Individual e de Viagem da Omint Seguros.

Há diversas questões que precisam ser consideradas quando o assunto é a proteção oferecida pelo seguro viagem, como destino, capital segurado, entre outras. Além da saúde, há coberturas que, dependendo da região ou do tipo de viagem, são fundamentais para assegurar o sucesso até o desembarque. Apesar das inúmeras opções no mercado brasileiro, a especialista explica que é preciso analisar com cautela antes de assinar o contrato.

“Mesmo que a obrigatoriedade de viajar com um seguro viagem não esteja presente em muitos países, os viajantes precisam considerar a contratação de uma apólice completa e compatível com seu destino, com atenção para aspectos que garantam cobertura e atendimentos adequados, de acordo com a dinâmica de cada localidade. Um executivo, por exemplo, que está no país a negócios, normalmente busca um atendimento rápido e flexível. Para isso, temos a telemedicina,” reitera.

Já segundo André Moreno, diretor regional SP Centro Norte da Lojacorr, mesmo que não seja obrigatório em todos os países, o seguro viagem é essencial e pode ser aplicado a toda família.

“O seguro viagem não é um ‘extra’, ou não deveria ser contratado apenas quando é exigida sua apresentação para entrar em um país. É um item indispensável para viajar tranquilo, principalmente com filhos. Há também coberturas para menores devidamente acompanhados, para viajantes da melhor idade, e muitas vezes é mais barata a contratação em conjunto do que de maneira individual. É melhor viajar tranquilo e protegido do que depois ter que acertar a conta de um exame, de um atendimento emergencial em um médico, em um dentista ou em um hospital. Sem contar os benefícios das assistências incluídas, tais como auxílio na localização de bagagens, perdas de documentos entre outras”, fala.

Já para Rafael Turra, diretor da Vital Card, há produtos inclusive com cobertura de plano seguro viagem família. “O seguro viagem família possui um excelente custo benefício quando contratado a todos que estão indo viajar, pois contratando junto os descontos são diversos e muito atrativos”. Ainda de acordo com ele, algumas coberturas básicas que não podem faltar no contrato, como, além da assistência médica: odontológica, perda ou extravio de malas e traslados em caso de acidente ou falecimento é um dos itens importantes em um seguro viagem.

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