Brasileiro teme mais ficar sem dinheiro que morrer por Covid

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Ficar sem dinheiro é a principal preocupação para 38% dos entrevistados, enquanto 34% revelam o medo de morrer. É o que aponta pesquisa do Grupo Croma, em parceria com a Toluna Corporate, que entrevistou virtualmente 13.208 pessoas entre os dias 19 de fevereiro e 27 de maio de 2020 em todo o território nacional.

A preocupação com a pandemia tem a primeira queda desde meados de abril, embora ainda seja bastante alta (83%). Brasileiros mostram-se mais preocupados em perder alguém próximo (73%) do que em morrer, (34%). O receio de contrair o vírus atinge 56% e as questões econômicas aparecem com 38% para o medo de não ter dinheiro e 21% de ficar sem emprego. A crise causada pela Covid-19, com a maior pandemia vista pela história recente, afeta a todos, mas impacta frontalmente o povo que tira seu sustento da economia informal, como milhões de trabalhadores e trabalhadoras sem acesso a direitos trabalhistas, em enorme situação de vulnerabilidade.

Regiões como o extremo Norte do país, o medo da fome ainda é maior que o de contrair vírus. Agricultores, comunidades indígenas e nativos sentem na pele a dor e a escassez de comida, água e saneamento básico. Os leitos e hospitais de campanha nestas regiões encontram-se lotados sem capacidade de atender mais nenhum paciente. O que antes eram idosos e portadores de doenças pré-existentes, hoje são crianças, jovens e adultos. A situação de quarentena e lockdown (confinamento) em algumas capitais dificultam ainda mais o retorno da economia regional, visto que em algumas cidades as taxas de isolamento não são atingidas com êxito.

A situação de trabalho segue estável, com pequena tendência de redução do trabalho remoto em tempo integral. 51% das pessoas afirmam que conseguiram reduzir seu custo de vida durante a pandemia, provavelmente por terem menos gastos com deslocamento, alimentação fora do lar e atividades sociais. As ofertas de crédito no país aumentaram, mas as exigências para a liberação dos créditos também. Algumas empresas já decidiram adotar o trabalho remoto até o final de 2020, gerando assim estabilidade de emprego. O percentual de entrevistados que perderam o emprego depois do início da pandemia é de 4%, e de férias forçadas alcançou o número de 8%

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A compra de produtos específicos para proteção ao contágio também se manteve como nas últimas ondas, com destaque para o álcool em gel e as máscaras reutilizáveis. Os aplicativos (de entregas de comida, compras, pagamentos, bancos) têm sido o grande aliado para essas tarefas (87%), contra 41% que citam o computador/notebook. O uso do streaming de vídeo (83%), as lives (63%) e as transações bancárias pelo internet banking (61%) seguem como principais atividades realizadas durante a pandemia e também são as que as pessoas mais pretendem manter após esse período. O delivery de comida também se mostra como tendência de hábito para 46% dos entrevistados. Empresas viram grandes oportunidades nas lives e começaram a comercializar mais produtos e serviços, usando o "assistencial" para atrair mais seguidores; 55% afirmam que pretendem fazer cursos on-line após a pandemia, ainda mais com a incerteza sobre qual o modelo e regras sanitárias serão adotados nesse tipo de atividade. Mais de 1/3 pretende cuidar da casa sem auxílio de faxineiras, indicando uma oportunidade para o setor de limpeza, uma vez que as pessoas precisarão cada vez mais de produtos eficientes e práticos. O principal motivo pelo desligamento ou suspensão dos serviços da classe é a possível transmissão do novo coronavírus, seguido da readequação orçamentária das famílias no período.

Com o lançamento de campanhas, oportunidades de empregos, novos produtos e liberação de créditos, 95% afirmam que o impacto das atitudes das marcas durante a pandemia é positivo e 70% dizem que isso os faz querer consumir produtos ou serviços dessas marcas. As marcas com constante comunicação têm sido as mais lembradas nesse período.

O isolamento total declarado caiu de 58% para 53% e as saídas para fazer coisas pontuais aumentaram de 57% para 60%. Aspectos emocionais são os que mais estão afetando as pessoas neste período, pois sentem falta de encontrar pessoas (37%), da rotina (36%) e de abraçar pessoas (34%).Pouco mais da metade (55%) da população acredita que a vida voltará ao normal em até três meses. Após a reabertura, as lojas/comércio (33%), táxis e carros de aplicativos (32%) e salões de cabeleireiros (29%) devem ser a atividades mais procuradas pela população, mesmo que ainda não exista vacina ou cura para a doença.

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