Brasileiros acreditam que inflação será de 5,5% nos próximos 12 meses

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Supermercado (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

Os consumidores brasileiros acreditam que a inflação no país ficará em 5,5% nos próximos 12 meses, segundo pesquisa realizada em março pela Fundação Getulio Vargas. A taxa é superior aos 5,3% observados na pesquisa de fevereiro da FGV.

Essa é a sétima alta consecutiva da expectativa mediana de inflação dos consumidores brasileiros, que atingiu seu maior patamar desde novembro de 2018.

A pesquisa é feita com base em entrevistas com consumidores, que respondem à seguinte pergunta: “Na sua opinião, de quanto será a inflação brasileira nos próximos 12 meses?”

“O movimento de altas das expectativas medianas de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses está relacionado à trajetória de alta dos preços de alimentos e bebidas, influência tanto pela mudança de hábito de consumo provocada pela pandemia quanto pelo preço das commodities associada à alta do dólar. Nesse cenário, o aumento dos preços tende a afetar de maneira mais intensa consumidores em faixas de renda mais baixas, em virtude da elevada participação de alimentos e bebidas na cesta de consumo desses indivíduos”, afirma a economista da FGV Claudia Perdigão.

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Já a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) deste ano subiu de 4,60% para 4,71%. É a 11ª semana consecutiva de aumento. A estimativa está no boletim Focus de hoje, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,51%. Tanto para 2023 como para 2024 as previsões são de 3,25%.

O cálculo para 2021 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%.

Em fevereiro, o indicador fechou em 5,20% no acumulado de 12 meses, pressionada pelo dólar e pela alta nos preços de alimentos e de combustíveis.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic de 2% para 2,75% ao ano, primeira elevação desde julho de 2015. A decisão surpreendeu os analistas financeiros, que esperavam uma elevação para 2,50% ao ano e dividiu a opinião de entidades.

Em meio ao aumento da inflação de alimentos que começa a estender-se por outros setores, a expectativa do mercado financeiro é por novos aumentos para que a Selic encerre 2021 em 5% ao ano. Após a reunião do Copom, o Banco Central já adiantou que pretende elevar os juros em mais 0,75 ponto percentual no próximo encontro, em 4 e 5 de maio.

Para 2022, a estimativa das instituições financeiras é que a taxa básica suba para 6% ao ano. E a expectativa é que permaneça nesse patamar para o fim de 2023 e 2024.

A elevação da Selic ajuda a controlar a inflação, porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano variou de 3,23% para 3,22%. Para o próximo ano, a expectativa para Produto Interno Bruto é de crescimento de 2,39%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,50%. A expectativa para a cotação do dólar se mantém em R$ 5,30 ao final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,25.

 

Com informações da Agência Brasil

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