A perspectiva de vacinação vem impulsionando a compra de viagens internacionais por brasileiros, principalmente os de faixa etária maior, que esperam ser imunizados em breve. Se na pandemia quem garantiu que as viagens ao exterior não parassem foram os executivos se deslocando a trabalho e os mais jovens, esse cenário agora começa a se modificar e os demais grupos já estão emitindo passagens.
“A procura é grande já para o segundo semestre porque todos estão otimistas com a vacinação”, disse Marcos Destro, um dos proprietários da agência Líder Corporate Eventos & Lazer. De olho nesse movimento, a Líder lançou pacotes de viagens para o segundo semestre voltados justamente para pessoas acima de 50 anos. “Os mais velhos estão buscando mais viagens que os jovens por conta de que já estarão vacinados até a metade do ano. Os mais jovens estão buscando Réveillon e Carnaval de 2022”, relata.
Na Líder, durante a pandemia os negócios ocorreram principalmente no segmento corporativo. “O mercado corporativo nunca parou. Diminuiu sim, chegamos no início da pandemia a cerca de 30% do nosso habitual, mas hoje estamos em 60% a 70% do nosso padrão de volume já”, afirma Destro. O empresário entende que em momentos de crise os executivos precisam viajar atrás de negócios para suas empresas.
A agência EGP Viagens tinha na terceira idade 80% do seu público antes de pandemia e viu os mais jovens passarem a responder pela maior parte dos negócios a partir da covid-19. “Mas acredito que isso é temporário até a vacinação, o público da terceira idade vai voltar a viajar”, diz o proprietário da EGP, o egípcio Mohammed Darwich, que vive em São Paulo.
Segundo ele, desde novembro os brasileiros começaram a comprar viagens para depois da vacinação. “A terceira idade está buscando para o final de ano agora, quem comprou para os próximos dois meses está adiando, prefere se vacinar e depois viajar” afirma, ressaltando que entre os destinos buscados estão Egito e Dubai, nos Emirados.
Na pandemia, com boa parte dos destinos tradicionais de fronteiras fechadas, alternativas foram procuradas para turismo. Esse movimento se prolonga até o momento, já que muitos aeroportos mundo afora foram bloqueados novamente para os brasileiros por causa da nova variante da Covid-19 presente no país. Diante desse cenário, Darwich conta que Egito, Dubai, Turquia e Maldivas apareceram como os destinos mais procurados na EGP.
O Egito segue de fronteiras abertas para o Brasil, assim como Maldivas. Dubai tinha seu voo direto ao Brasil ativo desde o segundo semestre de 2020 até o início de fevereiro, mas ele está suspenso até 10 de fevereiro. A Turquia também fechou fronteiras para o Brasil. “Está muito complicado agora com a segunda variante do coronavírus, temos que aguardar, trabalhar e ter fé que logo isso acaba. Nós realizamos sonhos das pessoas, viagem hoje é necessidade do brasileiro, precisamos fazer esse sonho acontecer da melhor forma”, diz.
Hoje, a companhia aérea Emirates anunciou a prorrogação da suspensão dos voos diretos de São Paulo, no Brasil, para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Já os voos partindo de Dubai com destino a São Paulo serão retomados na próxima quinta-feira.
No final de janeiro a companhia divulgou a suspensão temporária do voo direto entre as cidades no período de 1º a 10 de fevereiro. Havia expectativa de que a interrupção pudesse ser prorrogada. A Emirates, no entanto, resolveu retomar os voos partindo de Dubai, mas deixou suspensas até 28 de fevereiro as viagens com partida em São Paulo.
Em nota divulgada no seu site, a Emirates lamenta o inconveniente e pede que seus clientes entrem em contato com o call center da companhia ou com as suas agências de viagens para a remarcação das passagens afetadas. As operações regulares da Emirates são de cinco voos semanais entre São Paulo e Dubai.
No anúncio da suspensão temporário da rota, a imprensa local dos Emirados informou que decisão foi tomada em função da Covid-19. O Brasil registra uma mutação do coronavírus que vem sendo motivo de preocupação mundo afora. Ainda não há certezas sobre a efetividade das vacinas para o combate das novas cepas.
Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe
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