Relatório Consumer Insights da Kantar registrou aumento de 15% em ocasiões só de bebidas nos dias de semana e 22% aos finais de semana nos 12 últimos meses terminados em setembro passado na comparação com o mesmo período de 2021.
O destaque em crescimento de ocasiões entre as bebidas ingeridas fora do lar são refrigerantes (16%) e cervejas (63%) no almoço, jantar e lanche, e cafés e outras bebidas quentes no café da manhã (11%).
No mesmo período, o consumo fora do lar avançou em todos os momentos, mas cada vez mais frequente nas ocasiões de lanches, com destaque para coxinhas, chocolate e sorvetes, que representaram um crescimento de 20% e contribuíram com 177.850 ocasiões, enquanto almoços tiveram 76.088, jantar 63.841 e café da manhã 24.157.
Os momentos de jantar e lanche fora de casa aos finais de semana, aliás, superaram os patamares de 2019. Essas ocasiões cresceram 9,7 pontos percentuais (p.p) e 17,5 p.p. respectivamente, nos últimos 12 meses terminados em setembro de 2022 (ano móvel) na comparação com o mesmo período de 2019, portanto, antes das restrições sociais impostas pela pandemia de Covid-19.
A inflação dos preços de alimentos e bebidas gerou uma diminuição de itens comprados por saída (-1%) e um gasto médio que cresce 21%, somado a uma frequência maior do consumo fora de casa em 11%. Esses fatores resultaram em um crescimento de 12% em unidades de alimentos e bebidas compradas fora do lar em 2022.
Bares e restaurantes foram os canais que mais contribuíram com o crescimento no ano, com variações de volumes vendidos de 26% e 16%, respectivamente, nos últimos 12 meses terminados em setembro passado versus o mesmo período de 2021.
Os dados apresentados fazem parte do relatório trimestral Consumer Insights da Kantar, em que o Painel Fora de Casa (Out of Home) contempla 4 mil brasileiros de 7 Regiões Metropolitanas (Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador e Fortaleza), alcançando todas as classes sociais do país. A amostra representa 47,4 milhões de indivíduos do Brasil.
Já segundo dados foram divulgados hoje pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu 91,2 pontos em janeiro, uma alta de 1,3% na comparação com o mês anterior e o maior nível desde abril de 2020, logo após o início da pandemia.
O levantamento aponta que os consumidores com renda de até 10 salários mínimos estão mais dispostos a gastar, com aumento de 1,9% na intenção de consumo em relação a dezembro e de 25,7% na variação anual.
De acordo com a CNC, o otimismo reflete a ampliação do programa de transferência de renda do governo, com o pagamento mínimo de R$ 600 e incremento de R$ 150 por criança até seis anos.
Por outro lado, as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos mensais pretendem reduzir o consumo, com queda de 1% na intenção. A CNC aponta como motivos do pessimismo o aumento do preço dos serviços em geral, a perspectiva profissional e o acesso mais dificultado ao crédito.
A perspectiva de consumo foi o item que mais cresceu na comparação mensal, com alta de 2,7%, decorrente do arrefecimento da inflação. Na comparação anual, o ICF subiu 23,1% em janeiro, com destaque para a alta de 25,1% no índice perspectiva profissional.
Quanto à satisfação com a renda atual, houve avanço de 2% no indicador em janeiro, em relação a dezembro. Em relação a janeiro de 2022, a alta foi de 31,8%. Entre os entrevistados, 39% afirmaram que receberam o mesmo valor do ano passado, 35% relataram melhora da renda e 25,6% disseram que a renda piorou.
A proporção de endividados em 2022 cresceu mais no grupo de maior renda, mas a ICF se mantém otimista para essa faixa, com 107,7 pontos, uma variação anual de 15,1%.
No recorte por gênero, entre as mulheres a intenção de consumo subiu 3,3% na comparação mensal e 26% na variação, ficando em 91,4 pontos, ainda na zona de insatisfação. Para os homens, o ICF ficou em 96,2 pontos, um aumento de 2,7% em relação a dezembro e de 23,1% na comparação com janeiro de 2022.
Com informações da Agência Brasil
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