Brasileiros ganham espaço no mercado dos EUA

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Dados do Governo brasileiro mostram que existem cerca de 9 mil micro e pequenas empresas brasileiras nos EUA. Ideias inovadoras estão ganhando cada vez mais espaço. Estoque de investimentos oriundos do Brasil pulou de US$ 9 bilhões para mais de R$ 42 bilhões em dez anos e empresas nacionais que se arriscaram na bolsa dos EUA levantaram acima de US$ 5 bilhões desde 2017.

“A criatividade brasileira nunca foi tão bem-vinda no mercado americano. Brasileiros que apostam em tenologia, inovação e empreendimentos ‘fora do comum’ estão em alta nos Estados Unidos”. É o que afirma o especialista em negócios internacionais, André Duek, que possui empresas desde o segmento imobiliário até investimentos em ‘motorhomes’ no país há mais de sete anos.

"Os EUA, como qualquer outro país, estão atrás de profissionais e empresas qualificadas que proporcionem coisas novas e superem desafios. Quando alguém traz algo diferente, certamente está na dianteira. Os empreendedores mais criativos têm espaço garantido nos Estados Unidos e no mundo. Quem quer abrir um negócio nos EUA precisa sair da caixinha e avaliar outras possibilidades além de restaurantes brasileiros", avalia André Duek.

O especialista em negócios internacionais garante, por experiência própria, que se bem planejado e inovador o empreendimento nos EUA tem tudo para dar certo. Ele defende que o empreendedor brasileiro busque alternativas menos convencionais na hora de empreender nos Estados Unidos.

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"Ninguém vai chegar muito longe fazendo mais do mesmo. Ao levar os negócios para os EUA, é importante ter o diferencial que possibilite a exploração de um público ávido por novidades. Eu percebi isso quando montei a primeira empresa de sócios brasileiros dos EUA no ramo de locação de motorhomes. Quanto mais qualificado for o negócio, maior a taxa de sucesso", defende Duek, que além da Duek Motorhomes, também investiu, com êxito, em uma boutique imobiliária na Flórida.

Ideias aparentemente simples chegam ao sucesso mais rapidamente nos EUA. Negócios como aplicativos de delivery de salgadinhos populares no Brasil ou até fintechs criadas no Vale do Sílício com foco em cartões de créditos corporativos para startups estão entre as ideias inovadoras que brasileiros estão apostando no mercado americano.

Na Bolsa e no bolso

Outras empresas brasileiras testaram seu sucesso na concorrida Bolsa de Valores americana. Desde 2018, dez companhias nacionais, a maioria ligada ao ramo tecnológico, como as redes de pagamentos PagSeguro e Stone e a empresa de sistemas de educação Arco, abriram seu capital nos EUA. Esses movimentos fizeram com que, nos últimos 3 anos, as companhias nacionais levantassem o valor histórico de US$ 5,3 bilhões em solo americano, conforme dados do Citi Brasil.

Com um mercado de negócios instável no Brasil, muitos empresários têm buscado se tornar o próximo exemplo de sucesso nos EUA, que vive sua menor taxa de desocupação em 50 anos – 3,5% – e apresenta uma economia aquecida e disposta a receber imigrantes qualificados com boas ideias.

Dados do Mapa Bilateral de Investimentos Brasil / USA 2019, mostram que o estoque de IED (Investimento Estrangeiro Direto) brasileiro nos Estados Unidos cresceu 356% entre 2008, quando era de US$ 9,3 bilhões, para US$ 42,8 bilhões em 2017. O Brasil foi o segundo país que mais gerou empregos, atrás apenas do México. Empresas brasileiras, em 2015, também detinham US$ 102,2 bilhões em ativos nos Estados Unidos, o dobro de 2009.

A Flórida é um dos destinos ávidos por se tornar mais participativo no mercado de inovações. Um relatório recente da Florida Chamber of Commerce (FLCC) concluiu que o estado precisa melhorar sua atratividade para capturar mais investimento direto vindo de outros países (FDI, na sigla em inglês), especialmente ligados a "inovações e tecnologias disruptivas".

O empreendedor vindo do Brasil tem motivos para ser visto com bons olhos nesse processo. Empresas com donos nascidos no maior país da América do Sul, segundo o dado mais recente da FLCC, empregam 5,8 mil pessoas na Flórida, sendo a nação latina que mais contrata trabalhadores por lá, à frente de empreendimentos de outras nacionalidades, como Espanha, México e Austrália.

"É ultrapassada a mentalidade de que os outros países só enxergam os imigrantes como um estorvo. Quem traz bons incentivos e coloca a mão na massa, especialmente seguindo os passos corretos e planejados, encontra um mercado menos burocrático e com maiores possibilidades de retorno. Não é difícil entender a empolgação de quem já começou a se aventurar com seus negócios nos EUA", conclui André Duek.

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