Segundo o Indicador de Recuperação de Crédito dos Consumidores da Serasa Experian, do total de débitos negativados em agosto de 2024, 60,6% foram regularizados em até 60 dias da negativação, ou seja, até outubro. Na abertura por setores, bancos e cartões recebeu o maior percentual de pagamentos (71,7%), seguido por utilities (68,3%), que contempla contas de água, gás e energia.
Os dados do Indicador de Recuperação de Crédito dos Consumidores mostraram, ainda, que os compromissos financeiros com valor acima de R$ 10 mil foram os mais elegidos na hora de colocar as contas em dia (77,7%). Por outro lado, dívidas de até R$ 500 foram as menos contempladas (58,9%).
Na análise pela idade das dívidas, aquelas com até 30 dias de vencimento foram as mais liquidadas (75,1%). Em seguida, ficaram as de até 60 dias (59,2%), 90 dias (46,5%), as que venceram há mais de um ano (45,5%), 180 dias (38,3%), e contas com um ano (32,0%%).
Ainda segundo o levantamento, os consumidores da região Sul foram os que mais quitaram suas contas (64,8%), seguido pelo Nordeste (62,9%), Sudeste (59,9%), Norte (56,4%) e Centro-Oeste (55,6%).
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços ( Abecs), compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 10,9% em 2024, somando R$ 4,1 trilhões, de acordo com dados da Abecs, associação que representa a indústria de meios eletrônicos de pagamento. Na comparação entre as modalidades, o cartão de crédito foi o meio de pagamento com o maior valor transacionado no ano, registrando R$ 2,8 trilhões (14,6%). O segundo maior volume foi o do cartão de débito, que movimentou R$ 1 trilhão (-0,1%). Já o cartão pré-pago somou R$ 379,4 bilhões (18,1%).
O último trimestre de 2024 registrou R$ 1,1 trilhão (11,2%) em valor transacionado, o que reforça a posição dos cartões como o principal meio de pagamento para compras e consumo entre os brasileiros.
Para 2025, estima-se um crescimento do valor movimentado pelo uso dos cartões no intervalo entre 9% e 11%, superando a marca de R$ 4,5 trilhões.
Em 2024, o uso dos cartões ultrapassou o patamar de 45 bilhões, resultando em 45,7 bilhões de transações e um crescimento de 8,2%. Desse total, o cartão de crédito responde por 19,8 bilhões (11,2%) de transações, seguido pelo cartão de débito com 16,7 bilhões (1,9%) e, em seguida, pelo cartão pré-pago com 9,2 bilhões (14,5%).
Os dados mostram que a modalidade de parcelamento sem juros representa 41% do valor transacionado no cartão de crédito. Os consumidores preferem parcelar suas compras em lojas físicas, uma vez que a modalidade é responsável por 49,5% do valor transacionado em compras presenciais. Dentro do universo de compras não presenciais, o parcelamento sem juros responde por 47,6%, e do volume registrado em pagamentos por aproximação, 26,6%.
A maior parte (65%) do volume de compras parceladas concentra-se em até seis vezes sem juros. Se considerada a quantidade de até 12 parcelas, o valor movimentado em 2024 representa 98,6% do volume total parcelado no cartão de crédito.
Em 2024, o brasileiro ampliou o uso do pagamento por aproximação com cartões, que chegou, em dezembro, a 67,2% do total de pagamentos presenciais com cartões. No mesmo período, a modalidade registrou R$ 1,5 trilhão. O volume movimentado pelas compras por aproximação cresceu 48,3% em 2024, comparação ao ano de 2023.
A quantidade de compras por aproximação atingiu 23,6 bilhões, um crescimento de 34,9% em relação ao ano anterior. A cada hora, brasileiros realizam, em média, cerca de 2,6 milhões de pagamentos por aproximação.
Em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, 65% dos consumidores brasileiros afirmaram que costumam realizar pagamento por aproximação. Dentre eles, 89% consideram comodidade e rapidez como principais benefícios. Outro destaque foi o crescimento do uso dos cartões na internet, em aplicativos e outros tipos de compras não presenciais, que manteve o ritmo de crescimento em 2024. Esse tipo de transação movimentou o valor de R$ 979,4 bilhões no ano, alta de 17,9%.
O cartão de débito continua ganhado cada vez mais espaço nas transações online, tendo apresentado crescimento de 10,5% em 2024 em comparação com o mesmo o ano anterior. Se avaliado o crescimento em relação ao período antes da pandemia, o uso do débito em compras não presenciais subiu 397%, enquanto o do cartão de crédito cresceu 191,9%.
A modalidade registrou valor transacionado de R$ 106 bilhões em 2024. Em dois anos, volume movimentado por transações recorrentes cresceu 88,5%. O pagamento recorrente via cartão é uma modalidade de cobrança automática, que facilita a rotina do consumidor e gera mais eficiência de recebimento ao estabelecimento comercial.
O setor comercial com maior crescimento no uso dos cartões é de petshop, com 22%. Em seguida está o setor de autopeças com 16,9%. Eletrônicos e eletrodomésticos aparecem na terceira posição com 13,2%, seguido por bares e restaurantes, com 12,9% e alimentação, com 12,5%.
Entre os setores de serviços, cuidados pessoais aparecem em primeiro lugar com crescimento de 25%; companhias aéreas e afins têm alta de 22,6%; profissionais liberais têm crescimento de 19,5%; serviços médicos, com 18,2%; e cultura e esportes, com 17,3%.
Em 2024, os gastos de brasileiros no exterior continuaram a crescer de maneira importante, com avanço de 19,7% em relação ao ano anterior. O total movimentado foi de US$ 15,8 bilhões
O valor gasto com cartões na Europa em 2024 cresceu 30,9% (R$ 38,6 bi), consolidando o continente como o principal destino de gastos. A Europa representa 45% do total, ampliando sua liderança e ficando 9,1 p.p. à frente dos EUA. A América (sem EUA) também registrou crescimento de 30,9% (R$ 10,2 bi), alcançando mais de 12% de participação no gasto total, o maior patamar dos últimos seis anos. Os EUA apresentaram crescimento de 23,8% (R$ 30,7 bi).
A África registrou o maior crescimento (59,1% – 572,4 mi), seguida pela Ásia (48,5% – R$ 4,1 bi) e pela Oceania (32,9% – 844 mi).
A Região Sul foi a que apresentou maior crescimento no uso dos cartões em 2024, com alta de 15,5% (total de R$ 589,7 bi), seguida pelo Sudeste, com crescimento de 11,2% (R$ 2,2 tri), e pelo Nordeste, com 10,7% (R$ 496,3 bi). Na sequência aparecem as regiões Norte (alta de 9,7%; R$ 159,5 bi) e Centro-Oeste (alta de 6,7%; R$ 315,4 bi).
Quando avaliado apenas o quarto trimestre de 2024, os pagamentos com cartões somaram R$ 1,1 trilhão, o que representa uma alta de 11,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Por modalidade, os cartões de crédito registraram R$ 768,8 bilhões (15,7%), os cartões de débito somaram R$ 270 bilhões (0,3%) e os cartões pré-pagos movimentaram R$ 103,8 bilhões (10,6%) nos três últimos meses do ano.
Leia também:
Abate de bovinos, frangos e suínos atingiram recorde em 2024
Foram abatidas 39,27 milhões de cabeças de gado, estima IBGE; país tem recorde na produção de ovos, diz IBGE
Lula assina isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil
Isenção de R$ 5 mil começa em 2026; medida precisa passar pelo Congresso
IGP-10 desacelerou para 0,04% em março
Preços ao produtor contribuíram para a desaceleração, com destaque para as principais commodities; para especialista, situação põe BC em posição delicada
Produção industrial avança em 8 dos 15 locais pesquisados em janeiro
Segundo IBGE, com a maior influência positiva para o mês de janeiro, a indústria paulista foi alavnacada pelo aumento da produção no setor de produtos químicos
Ticket médio dos carros usados cresce, e margem de lucro dispara
Estudo Megadealer de Performance de Veículos Usados mostrou, pelo terceiro mês consecutivo, o domínio de modelos Chery entre os mais rentáveis
Municípios de SP são os que mais receberam tributos da Petrobras
R$ 23,4 bi, o que corresponde a 10,7% do total de ICMS arrecadado pelo estado