BRF anuncia compra de fábrica na Arábia Saudita

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A gigante de proteína animal brasileira BRF anunciou na última sexta-feira a compra de uma fábrica de processamento de alimentos como cortes empanados, marinados e hambúrgueres, a Joody Al Sharqiya Food Production Factory, em Dammam, na Arábia Saudita, por US$ 8 milhões, o equivalente a R$ 46,73 milhões pela cotação atual.

O CEO da empresa, Lorival Luz, também falou sobre o tema durante o programa Agro 360 do canal Terra Viva, na segunda-feira (11), do qual participaram especialistas em agronegócio e o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun.

A empresa brasileira pretende quintuplicar a capacidade da planta, que hoje produz 3.600 toneladas por ano, para 18 mil toneladas por ano, ampliando sua presença no mercado saudita.

A aquisição não impacta o memorando de entendimentos assinado no fim do ano passado com a Autoridade de Investimento da Arábia Saudita (Sagia, na sigla em inglês), que prevê o investimento de US$ 120 milhões, mais de R$ 700 milhões pela cotação atual, na construção de uma planta de alimentos processados no país árabe do Golfo. O desenvolvimento deste projeto está em fase de especificação técnica e modelagem financeira, de acordo com o comunicado. O projeto deve ficar pronto até 2022.

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A conclusão da aquisição, segundo comunicado, "está sujeita ao cumprimento de condições precedentes aplicáveis a transações dessa natureza, incluindo a aprovação por autoridades regulatórias".

No programa Agro 360, Lorival Luz disse que o mercado árabe é uma prioridade da empresa. "Temos um comprometimento muito grande com as relações com os países árabes, temos já uma unidade produtiva em Kizad, em Abu Dhabi [Zona Industrial Khalifa, no porto do emirado] que produz produtos processados, hambúrgueres, e esses produtos atendem toda a região. É a única empresa de alimentos [brasileira] que produz alimentos nos países árabes. Isso demonstra a fortaleza da nossa relação, e queremos fazer mais", declarou.

Luz disse que a aquisição da planta se deu devido à demora no processo para a construção da nova fábrica, que ele espera que comece a produzir em 2022. "Então nós aceleramos esse processo. Nós sabemos que temos que seguir todo o procedimento das nossas plantas, das habilitações, mas o comprometimento é total com os países árabes e com a Arábia Saudita e temos demonstrado isso de forma efetiva, não só com esses investimentos, mas também com a nossa presença lá, eu mesmo fui mais de quatro vezes para lá ano passado, e agora essa planta demonstra cada vez mais nossa intenção de estar presentes com investimento brasileiro em solo saudita e nos Emirados, para demonstrar a presença do Brasil e da BRF naquela região", afirmou. A fábrica adquirida deve começar a operar até o fim deste ano ou início do ano que vem, segundo ele.

Sobre o investimento de US$ 120 milhões anunciado ano passado, Luz afirmou que com o coronavírus, a dificuldade de movimentação das pessoas acaba atrapalhando o desenvolvimento do projeto. "Já avançamos bastante com o apoio da Sagia, que tem nos apoiado e com quem firmamos o contrato e anunciamos o investimento durante o FII [Future Investment Initiative, também conhecida como 'Davos no Deserto'], cujo objetivo é ter a produção local de alimentos e também acoplada à distribuição local que nós já temos" disse. Ele falou que apesar da pandemia, o projeto está caminhando, mas agora de forma mais lenta.

O executivo afirmou que a relação da BRF com os países árabes existe desde os anos 1970. "Hoje já temos toda distribuição local, com pessoas, com funcionários, com um time presente, com a nossa marca Sadia, e agora também com um investimento para a produção de alimentos em solo saudita", relembrou.

A BRF registrou uma receita líquida de R$ 9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de mais de 60% sobre o trimestre de 2019, segundo Luz. "Cresceu bastante, um crescimento importante na nossa receita que demonstra o trabalho que temos feito nesse último ano, com foco na eficiência operacional e logística, no atendimento ao nosso consumidor, provendo alimentos de qualidade", disse.

Só para a Arábia Saudita, a companhia exporta cerca de 180 mil toneladas de frango e alimentos por ano. "Somos o principal fornecedor e temos o compromisso de consistência, de garantir a segurança alimentar desse país, e manter essa relação de longo prazo", declarou.

 

Agência de Notícias Brasil-Árabe

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