BRF fará novo aumento de preços em maio

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O aumento de 10% nos preços dos produtos da processadora de alimentos BRF ao longo do primeiro trimestre não foi suficiente para repassar o aumento de custos. A companhia fará novo aumento de preços na ordem de 7% no próximo mês.

“Faremos novo aumento de preços visando recuperar a rentabilidade brasileira, mesmo que isso resulte em pressão adicional de volume”, comenta o presidente da companhia, Pedro Faria, durante teleconferência com analistas.

O novo aumento não deve levar a uma grande perda no volume de vendas, segundo os executivos da companhia. No primeiro trimestre, a empresa aumentou os preços em 10% e perdeu 0,9 ponto porcentual de fatia de mercado.

O vice-presidente de finanças e de relações com investidores da BRF, José Alexandre Carneiro Borges, destacou que houve estocagem de produtos por parte dos comerciantes já se preparando para elevação de preços. “Os canais se estocaram se preparando para o aumento de preços anunciado. A gente não viu como uma preocupação tão relevante. Fizemos um aumento importante para o cenário complicado e, em março, o volume já voltou para patamares atraentes o que nos deixou confiantes para novo aumento”.

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Milho

 

O preço do milho, que foi o principal fator de pressão na rentabilidade da processadora de alimentos BRF, não deve se manter em altos patamares nos próximos trimestres, acreditam os executivos da companhia. Os custos do milho foram cerca de 60% mais altos que um ano antes no primeiro trimestre por causa de escassez do grão.

A BRF divulgou uma queda no lucro de 91% sobre o resultado obtido no mesmo período do ano passado.

O presidente do Conselho de Administração da BRF, Abilio Diniz, afirmou que o excesso de produção de frango no Brasil, combinado com o aumento dos custos e taxas de câmbio desfavoráveis que atingiram as exportações da empresa resultaram em um dos trimestres mais desafiadores já vividos pela companhia.

“O nível que a gente está vendo do preço de milho não se sustenta. Tenho certeza que no segundo semestre veremos preços muito mais atraentes que estamos vendo hoje”, avalia o vice-presidente de finanças e de relações com investidores, José Alexandre Carneiro Borge, durante teleconferência.

Apesar dos desafios, Faria disse que a BRF ainda espera investir R$ 2 bilhões em 2016.

 

Lucro

 

A BRF reportou lucro líquido de R$ 39 milhões no primeiro trimestre de 2016, queda de 91,5% ante o mesmo período de 2015. Segundo a BRF, o resultado da empresa foi negativamente impactado pela despesa financeira líquida apurada no trimestre, que foi de R$ 1,55 bilhão e por uma maior taxa efetiva de imposto, que totalizou montante de R$ 9,3 milhões.

A receita líquida da empresa cresceu 15,2% no primeiro trimestre de 2016 ante 2015, para R$ 8,12 bilhões.

Nos primeiros três meses de 2016 o Ebitda registrado foi de R$ 1,02 bilhão, alta de 7,8% em comparação com o primeiro trimestre de 2015. A margem do Ebitda diminuiu 0,9 ponto percentual para 12,6%.

O endividamento líquido, medido pela relação dentre dívida sobre Ebitda aumentou para 1,69 vezes no primeiro trimestre de 2016. Nos primeiros três meses de 2015 a relação era 1,26 vezes.

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