A força do Brics+ no mercado mundial de energia é incontestável. Levantamento do Center for Strategic and International Studies (CSIS) demonstra que a entrada da Argentina posicionará os Brics com 3 dos 5 maiores produtores de lítio do mundo, ao lado da China e do Brasil.
O lítio é fundamental para baterias, não só para os automóveis elétricos, cujas vendas estão se ampliando, mas para celulares, energia solar e uma variedade de outros usos.
O Brics ampliado terá 72% de terras raras (e 3 dos 5 países com as maiores reservas); 75% do manganês mundial; 50% do grafite; 28% do níquel; e 10% do cobre mundial (excluindo as reservas do Irã).
O Brics+ incluiu os países fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mais os recém-admitidos: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.
Bloqueio questionado
O Irã tem as maiores reservas de zinco do mundo e o segundo maior depósito de cobre. No entanto, o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos impede investimentos para aumentar a produção. O Brics+ deverá suplantar essas limitações.
Dólar ainda domina, mas Brics+ vai no sentido da desdolarização
Além de reunir os maiores produtores e exportadores de óleo e gás do mundo, o Brics+ tem também 2 dos maiores importadores: China (1º) e Índia (3º) – os EUA estão em 2º. A possibilidade de o comércio de petróleo entre os países do bloco ser feito em moedas alternativas ao dólar é grande.
Isso já é feito, ainda que de forma limitada, na compra de óleo russo pelas refinarias indianas. A rúpia já é utilizada. Mas os russos acumularam grandes quantidades da moeda indiana.
Em maio, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que estavam em andamento negociações para trocar bilhões de rúpias acumuladas em bancos indianos por outras moedas.
A partir de junho, as refinarias indianas começaram a liquidar alguns pagamentos pelas importações de petróleo russo em yuan, a moeda chinesa, mas o dólar continua sendo dominante para tais pagamentos.
O petróleo russo representou 41,9% das importações da Índia em julho, superando os volumes acumulados dos próximos 4 grandes fornecedores – Iraque, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos. Antes do conflito na Ucrânia, o fornecimento russo representava menos de 2% nas importações de petróleo da Índia.
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