A partir do dia 1º, o Brics – grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – passará a ser o Brics+, com o ingresso dos 6 novos países-membros aprovados em 22 de agosto, em Joanesburgo, onde se realizou a 15ª Cúpula do Brics.
Bem, talvez o novo grupo de 11 se limite a 10: a Argentina seria um dos estreantes, mas como o novo presidente argentino, Javier Milei, é um crítico ao bloco, é possível que ocorra um desfalque na largada. (ou não: Milei também atacou o Mercosul e agora mudou a prosa; além disso, a China pode ter 6,5 bilhões de razões para convencer os argentinos a ingressar no Brics).
O certo é que Arábia Saudita, Irã, Egito, Emirados Árabes e Etiópia estarão oficialmente integrados. Chris Devonshire-Ellis, presidente da Dezan Shira & Associates, avalia que a absorção desses novos membros levará tempo, mas poderá ser concluída até 2030.
Alô? Há quanto tempo
Com 10 ou com 11, o certo é que o Brics+ é um movimento classificado por muitos como tectônico na geopolítica mundial. Como esta coluna já mostrou, são potências econômicas e com alto percentual na produção industrial e de matérias-primas estratégicas.
Mais do que isso, mas certamente potencializado por esses dados, o Brics+ é um contraponto ao mundo unipolar moldado pelos Estados Unidos desde a década de 1990.
Um exemplo está no telefonema às vésperas do Natal entre dois presidentes de novos países do Brics: o iraniano Seyyed Ebrahim Raisi e o egípcio Abdel Fattah El-Sisi. A chamada feita por Raisi marcou o primeiro contato oficial entre os chefes de Estado dos 2 países em mais de quatro décadas.
Os dois presidentes discutiram a crise na Faixa de Gaza e como parar a carnificina, além da perspectiva de restaurar relações diplomáticas entre Teerã e Cairo, informou a agência de notícias Fars, com sede no Irã.
Outro exemplo, e na mesma região, a reunião extraordinária dos chefes de Estado do Brics sobre a guerra de Israel contra a Palestina.
A Rússia assumirá a presidência rotativa do Brics em 1º de janeiro. O ministro das Relações Exteriores do país de Putin, Sergey Lavrov, disse ao canal NTV, na véspera do Natal, que, por enquanto, os Brics continuarão a ser uma associação e não uma organização com um secretariado. “Isto não é necessário, pelo menos nesta fase, durante um tempo relativamente longo”, disse o ministro.
Brics+: 10, 30 e contando
Não faltam candidatos a uma nova expansão do Brics, entre países que oficialmente pediram o ingresso e outros que, acredita-se, em breve integrarão o bloco. Entre eles: Argélia, Bolívia, Cuba, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Senegal, Tailândia, Turquia e Venezuela. Ao todo, especula-se que 20 países poderão estar na próxima leva de estreantes no Brics+.
Rápidas
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