Burocracia bancária faz sete em cada 10 brasileiros perderem dinheiro

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Banco do Brasil (Foto: Valter Campanato/ABr)
Banco do Brasil (Foto: Valter Campanato/ABr)

Nove em cada 10 pessoas já passaram por alguma dificuldade para provar quem são junto a algum banco, sendo que 85% afirmam ter perdido tempo e 71% afirmam ter tido prejuízos financeiros.

É o que apontou levantamento da Unico, empresa de identidade digital, encomendado ao Instituto Locomotiva, intitulado “Qual o custo de provar que você é você?”, sobre o cenário de burocracias enfrentadas pelos brasileiros simplesmente para comprovar quem são: são situações como deixar de pedir um empréstimo em razão da quantidade de documentos solicitados, algo que 35% da população relata ter enfrentado, ou pagar juros por não conseguir pagar uma conta em dia, também em razão de ausência de documentos, como se queixam 46% dos respondentes.

“A pesquisa evidenciou que a burocracia afeta o cotidiano da grande maioria da população, de todas as idades e classes econômicas, e muitos desistem de utilizar serviços financeiros por excesso de complexidade. Dessa forma, a burocracia nos procedimentos adotados pelos bancos ainda é uma barreira muitas vezes subestimada para o aprofundamento da bancarização dos brasileiros. A tecnologia precisa estar a serviço da simplificação e da inclusão financeira dos que têm maior dificuldade ao lidar com essa complexidade”, comenta Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Ainda de acordo com a pesquisa, 89% dos brasileiros acreditam que o maior uso de identidade digital, sem a necessidade de documentos físicos, pode reduzir burocracias.

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“A identidade digital já contribuiu para impulsionar a bancarização de milhares de brasileiros nos últimos anos, e agora pode ser a base para a próxima revolução, trazendo mais conveniência e segurança para autenticar transações do dia a dia, como confirmar pagamentos e transferências, incluindo no uso do Pix, transações bancárias de valores mais altos e até pagamento com face em loja física”, pontua Paulo Alencastro, cofundador e vice-presidente-executivo da Unico.

O levantamento ouviu, durante os meses de abril e maio, 1.561 pessoas, em todo território nacional, com 18 anos ou mais das classes ABCD e com acesso à internet. Foram avaliadas 10 situações cotidianas relacionadas a bancos para mensurar a incidência e impacto sobre a vida dos brasileiros, em termos de tempo e gastos desnecessários, para comprovação da identidade. Quem utiliza apenas bancos digitais teve menor exposição às situações que representam entraves para comprovação da identidade. Se de um lado os brasileiros encontram dificuldade para provarem quem são, 43% afirmaram já terem sofrido fraudes financeiras relacionadas ao uso indevido de identidade ao longo da vida. O percentual é reduzido para 21%, ao analisar o período de 12 meses.

A pesquisa também perguntou a percepção de tempo e dinheiro perdidos pelas pessoas ao passarem por situações de fraudes. Nesse sentido, 80% dos entrevistados afirmaram que perderam tempo por ter o cartão clonado, 73% porque sofreram fraude ou golpe de outra pessoa tentando se passar por ela e 68% porque uma pessoa se passou por outra pessoa para tentar enganá-las.

Em relação ao dinheiro perdido em situações de fraudes bancárias, 64% disseram que perderam dinheiro porque sofreram fraude ou golpe de outra pessoa tentando se passar por ela, 57% por uma pessoa se passando por outra pessoa e 56% por terem o cartão clonado.

Por outro lado, a escalada do Pix já o leva ao segundo lugar no ranking dos meios de pagamento aceitos pelo e-commerce brasileiro. A modalidade tem agora uma adesão de 78%, mesmo percentual do boleto, de acordo com a edição de julho do Estudo de Pagamentos Gmattos. A aceitação do Pix tem potencial para chegar a 92%, considerando o segmento de lojas que ainda não operam com essa forma de pagamento, mas que aceitam algum tipo de recebimento à vista (débito bandeira ou banco, ou boleto). Do grupo de lojas que ainda não aceitam Pix, apenas 8% não operam com pagamentos à vista.

O avanço do pagamento instantâneo lançado em novembro de 2020 tem sido acompanhado pela consultoria desde a primeira edição do Estudo de Pagamentos Gmattos, de janeiro de 2021. Na ocasião, o Pix era o quinto do ranking, aceito por 16,9% dos comércios virtuais no Brasil, enquanto a aceitação do boleto era de 74,6%. Na edição de maio de 2022, enquanto o boleto ostentava uma aceitação de 76,3%, o Pix atingia 74,6%. Em julho, ambos parearam nos 78%.

Descontos de 3% a 10% foram observados em 24% das lojas que aceitam a modalidade, um tipo de estratégia que vem se tornando cada vez mais comum, segundo o levantamento. Em maio deste ano, 20% das lojas ofereciam descontos para pagamento com Pix, ante 14% em março de 2022. Descontos para pagamentos com boletos, por sua vez, foram detectados em 9% das lojas na edição de maio do estudo.

Outra verificação da Gmattos é a de que o Pix não tende a eliminar os boletos. Das lojas que aceitam a modalidade de pagamento instantâneo, 82,6% mantêm a aceitação do boleto, ao passo que 34,8% permanecem atuando com algum tipo de débito (bandeira ou banco).

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