Em 1986, as ações da Verolme começaram a ser negociadas nas bolsas

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brasileiras. Naquela ocasião, poucos tinham conhecimento sobre as atividades da empresa, mas houve grande badalação e a cotação disparou. Depois, quando os Paralamas do Sucesso lançaram música cuja letra diz “entrei de gaiato no navio” é que os investidores se deram conta de que alguma coisa estava errada. Resultado: os preços caíram e a liquidez sumiu. A parti daí, houve o abandono do setor de construção naval brasileiro e todos tomaram conhecimento das dificuldades enfrentadas por aquela que se transformou na Verolme-Ishibras. Recentemente, houve a revelação de que o estaleiro havia sido arrendado para grupo de Cingapura.

Como foi a operação de arrendamento? Ninguém sabe. Quais os benefícios que terão os acionistas minoritários? Ninguém adivinhou. Acontece que a Verolme-Ishibras possui 4.700 pequenos acionistas que detêm 18% das ações ordinárias, algo em torno de 2,15 bilhões de papéis, e 64% das preferenciais, que são aproximadamente 4,65 bilhões de títulos.

Depois de algum tempo sem negociação nas bolsas, ontem na SOMA houve uma oferta especial para a venda de 135,41 milhões de ações preferenciais da Verolme-Ishibras. O pitoresco é que o lance inicial foi estipulado em R$ 0,01, mas como a disputa foi grande, foi registrado ágio de 1.700%, sendo que a Corretora Theca adquiriu 50 milhões de ações, ficando o restante com a Corretora Mercobank. Depois disso, fica a pergunta: os demais minoritários têm alguma esperança de recuperar alguma parcela dos seus investimentos?

De posse dos dados do Instituto de Comércio Exterior de Portugal, Armando Belo Pinto, o analista português, chegou à conclusão de que o Brasil ainda continua a colônia que mais recursos financeiros fornece à Portugal. De janeiro a setembro do ano passado, grupos portugueses realizaram investimentos de US$ 1,51 bilhão, contra US$ 1,70 bilhão no ano anterior, mas imediatamente recuperaram US$ 321 milhões.

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Belo Pinto observou que as atividades mobiliárias, aluguéis e serviços foram as mais atrativas, de vez que tiveram aplicações de US$ 1,4 bilhão e proporcionaram a remessa para fora do país de US$ 309 milhões.

O analista português chama atenção de que não se trata de piada de brasileiro, mas o segundo setor mais atrativo foi o da produção e distribuição de energia e água. Nele, os investimentos totalizaram US$ 26 milhões e as remessas de lucro atingiram a US$ 12 milhões.

E Armando ressalta que os portugueses não são tolos e só investiram apenas US$ 18 milhões na indústria de transformação.

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