Caderneta de poupança já perdeu R$ 30,7 bi este ano

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Poupança, cofre porquinho
Poupança, cofre porquinho (Foto: Marcello Casal, Jr./ ABr)

Custo de vida mais caro, por conta da alta inflação, está sendo apontado como um dos motivos que levaram as cadernetas de poupança perderem, no acumulado ano ano até o dia 25 de abril, R$ 30,7 bilhões, resultado de R$ 753 bilhões em retiradas e R$ 722,7 bilhões em depósitos, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Pesou neste resultado os R$ 12,5 bilhões em março a mais em saques do que em entradas e, em abril (até o dia 25), R$ 13,97 bilhões, de acordo com o Banco Central. Segundo a CNN, o economista Alberto Ajzental, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), avalia que apesar do aumento das retiradas, o que poderia indicar uma queda no endividamento, a inadimplência também segue em alta.

De acordo com o especialista, a inflação, que chegou a 12% no acumulado dos últimos doze meses, e o alto índice de desemprego formam uma conjuntura insustentável para o orçamento doméstico, onde nem a retirada do dinheiro poupado está impedindo o atraso no pagamento de contas.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento real médio do brasileiro teve uma queda de 8,6% em março de 2022, na comparação com março deste ano.

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“A poupança é um investimento de emergência, ela tem essa característica de ser uma reserva de valor. Se piora a situação, você pode esperar que ela vai ter mais retiradas do que depósitos. E o inverso é verdadeiro”, afirma.

Para complicar ainda mais, em março deste ano, dados da Serasa Experian mostraram que o Brasil chegou ao patamar mais alto de inadimplência desde abril e maio de 2020, com 65,69 milhões de pessoas nesta condição. Ainda segundo a entidade, a soma total das dívidas dos brasileiros soma R$ 265,8 bi, com uma dívida média de R$ 4 mil por pessoa com o ‘nome sujo’.

A poupança só rende 0,5% ao mês. No ano, esse valor é equivalente a 6,17%. “O povo está abrindo mão de receber os 6,17% de rendimento ao ano para não pagar juros de 30% (ao ano)”, afirma o economista. Mesmo assim, considerando todas as classes sociais, a poupança é o produto financeiro da preferência de 23%. No recorte das classes A e B, este número sobe para 35%.

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