Café torrado, óleo de soja e leite UHT retraem em 2022

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Consumidor. Mulher fazendo compras supermercado (Foto: ABr/arquivo)
Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)

Na comparação entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021, a alta dos preços da cesta de commodities chegou a quase 20% e já representa 14% do valor gasto no carrinho de compras do brasileiro, enquanto no ano passado era 12%. Para driblar a inflação, o consumidor tem adquirido menos unidades dessa cesta (queda de 1,4%), mas, ainda assim, há impacto no bolso. É o que indica a mais recente edição do relatório trimestral Consumer Insights da Kantar, que analisou 11.300 lares de todas as regiões e classes sociais do país. A amostra representa 59 milhões de lares do Brasil.

O café torrado está 59% mais caro a mais no primeiro trimestre de 2022 ante o mesmo período do ano passado – e por isso a bebida vem sendo substituída pela versão solúvel.

Enquanto o quilo do café torrado registrou um salto de, em média, R$ 17 em 2021 para R$ 28 este ano, o do café solúvel foi de R$ 16 para R$ 18. Com isso, a categoria café solúvel apresentou um aumento de 30% em unidades neste trimestre em relação ao mesmo período de 2021, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, que registraram crescimento de 58%.

Outras categorias que retraíram entre as commodities foram óleo de soja e leite UHT. Os óleos especiais (girassol, milho e canola) vêm conquistando o espaço do óleo de soja pelo preço hoje equiparado, e por estarem ligados à saudabilidade. Apresentaram um aumento de 27,8% em unidades, enquanto o de soja retraiu 4,9%. O Leite UHT sofreu uma queda de 2,3% este ano em comparação ao mesmo período do ano passado.

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Ainda segundo a Kantar, a expectativa é que a inflação na América Latina fique na casa dos dois dígitos ao longo deste ano, atingindo seu pico no terceiro trimestre. Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2022, os consumidores buscaram racionalizar seus gastos, priorizando cestas e, sobretudo, canais. Apenas no Brasil, 63% das pessoas disseram que estão mais cautelosas e só compram aquilo que já haviam se programado para adquirir. Também estão aproveitando mais promoções (46%) e trocaram suas marcas favoritas por opções mais baratas (24%).

Em tempos de crise, os bens de consumo massivos (FMCG) se tornam a parte mais importante dos gastos das famílias. Em 2022, estão comprometendo 37% da renda dos latino-americanos ante 34% em 2021. Em lares com crianças, esse índice pode chegar a 41%. Isso sem contar que cada visita ao ponto de vendas se torna mais importante, pois ocorre com menos frequência e com tíquetes menores.

Para driblar a situação econômica, compradores estão visitando mais canais, buscando otimizar seus gastos. Isso fez com que o omnichannel crescesse na maioria dos países da América Latina. A maior alta, por sua vez, ocorreu no Brasil – aumento de 20% no número de canais visitados e 3% na frequência, quando comparado o primeiro semestre de 2022 com o mesmo período de 2019.

De forma geral, os latino-americanos preferem fazer compras em canais de varejo tradicional (43%), autosserviços (35%) e atacadistas (10%). A segunda e a terceira opção são procuradas por seu amplo sortimento e melhores preços para compras maiores. A primeira é ideal para tíquetes menores e aquisições mais específicas.

A divisão Worldpanel da Kantar segmentou os compradores entre cautelosos (visitam de um a quatro canais), disponíveis (realizam suas compras em cinco a sete canais) e experimentadores (visitam mais de oito canais). Para o perfil mais omnichannel, experimentador, o varejo tradicional perde relevância (38%) e eles somam mais canais entre suas escolhas: autosserviços (36%), atacarejos (12%), lojas especializadas (6%) e porta a porta (5%).

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