Caixa Asset: saída do CEO da não impacta rating de qualidade

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Agência de classificação de risco Fitch Ratings
Fitch Ratings. Foto: divulgação

A Caixa Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A (Caixa Asset), braço de gestão de fundos de investimento do conglomerado Caixa, está atravessando mudanças internas. Porém, a saída do CEO da Caixa Asset, destituído do cargo pelo Conselho de Administração no final da semana passada, não impacta a classificação da gestora, no entender da Fitch Ratings.

A agência de classificação de risco de crédito avalia que tendo em vista que os demais membros da diretoria e da equipe técnica de gerentes e analistas permanecem em suas funções. A agência classifica a Caixa Asset com o rating de qualidade de gestão de investimentos ‘excelente’, com perspectiva estável.

A Fitch destaca que a gestora possui políticas e procedimentos robustos e documentados. Além disso, estabeleceu estruturas que permitem a substituição eficiente e pontual de executivos que se desliguem da gestora, o que permite a continuidade dos negócios e da estratégia. O processo para a escolha do novo CEO está em curso. Enquanto isso, o diretor de Distribuição e Produtos, Heitor Souza Cunha, assumirá, de forma interina, a posição de CEO. Não é esperada a saída de outros executivos, pelo menos a curto prazo. A Fitch acompanhará eventuais mudanças relevantes no quadro de executivos, na estratégia e na estrutura da entidade que possam impactar o rating da Caixa Asset.

Criada em setembro de 2021, a Caixa Asset é responsável pela gestão de uma parte dos ativos da Caixa, e a Viart (Vice-Presidência de Fundos de Investimento) continua a gerir os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em 2022, o AUM (assets under management) da Caixa Asset aumentou 11%, acima da indústria (8%). O crescimento foi principalmente em entidades públicas e previdência aberta.

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Os ativos sob gestão (AUM) da Caixa Asset aumentaram 3,8% no primeiro trimestre de 2024 e 4,2% em 2023, abaixo da indústria local (4,5% e 12%, respectivamente), devido à redução no segmento de varejo, em função da maior competição com investimentos isentos de impostos para pessoas físicas.

Os principais desafios da gestora são manter o desenvolvimento e a diversificação em estratégias de maior valor agregado, ao mesmo tempo em que desenvolve as capacidades de sua equipe de investimento, além de ampliar a cobertura do universo de investimentos pela área de pesquisa. De acordo com a Fitch, a gestora é supervisionada por diversas entidades externas, como os reguladores brasileiros. Além disso, as áreas de risco e de compliance possuem fortes controles e se reportam ao CRO da gestora e indiretamente às áreas de risco e compliance da Caixa. Possui uma estrutura completa de políticas, comitês e controles com estruturas independentes. Sua cultura de risco é conservadora, com limites de risco de mercado, crédito e de liquidez bem estabelecidos e estreita supervisão dos principais executivos.

A Caixa Asset era a quarta maior gestora no Brasil, com 6,2% de participação no mercado local e R$ 522 bilhões de AUM, em março de 2024, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Estabelecida em 1861, a Caixa era o terceiro maior banco do Brasil em termos de ativos em dezembro de 2023. No mesmo período, apresentava ativos de R$1,8 trilhão e lucro de R$12 bilhões. A Caixa é inteiramente controlada pelo governo brasileiro e seus ratings refletem a alta probabilidade de suporte do controlador, se necessário.

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