Caixabank lança oferta pelo banco português BPI

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O banco espanhol Caixabank lançou uma oferta para adquirir todas as ações do português Banco BPI, enquanto as instituições tentam encontrar uma solução para diminuir a exposição do banco português à unidade angolana.

O Caixabank, o maior acionista do BPI, com fatia de 44,1%, disse em comunicado que vai oferecer 1,113 euros por cada ação do BPI. A oferta, porém, está condicionada ao fim do limite de 20% de direitos de voto no banco português, ao aumento da participação do Caixabank para mais de 50% e à obtenção das autorizações regulatórias pertinentes.

O preço oferecido pelo CaixaBank avalia o BPI em 1,622 milhão de euros e reflete o preço médio da ação ponderado pelo volume nos últimos seis meses. A oferta deve ser concluída durante o terceiro trimestre deste ano.  O CaixaBank pediu, ainda, a suspensão dos processos administrativos do Banco Central Europeu (BCE) sobre o Banco BPI enquanto decorre a negociação.

O BCE exige que o BPI reduza a concentração de seus riscos em Angola, onde o banco português controla do Banco de Fomento de Angola (BFA), o quarto maior daquele país. “O Caixabank pede que o BCE suspenda todos os processos administrativos contra o BPI relacionados ao excesso de concentração de risco em Angola para que o Caixabank possa achar uma solução para isso, caso ele conquiste o controle do BPI”, diz nota da empresa.

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Acordo

 

O presidente do conselho de administração do BPI, Artur Santos Silva, lamentou que as negociações entre o CaixaBank e a Santoro tenham terminado sem acordo e responsabilizou a passagem da supervisão do banco para o Banco Central Europeu.

“Lamento muito o que aconteceu, mas não queria dizer mais nada”, declarou aos jornalistas no final da inauguração de duas novas salas na Casa de Portugal – André de Gouveia, em Paris.

Artur Santos Silva salientou estar em Paris na qualidade de presidente da Fundação Gulbenkian, no dia da inauguração da exposição dedicada a Amadeo de Souza Cardoso no Grand Palais, e foi sucinto em comentários sobre a situação do banco e sobre o diploma que prevê a revisão das restrições dos direitos de voto nas instituições financeiras.

“Não queria fazer comentários. Acho que tudo o que está acontecendo vai ser muito importante para o futuro do banco e este problema só surgiu por uma alteração significativa das regras de supervisão do banco quando a supervisão passou de Portugal para o Banco Central Europeu. Mas não queria dizer mais nada sobre o BPI”, declarou.

 

Saída

 

Questionado sobre se vai deixar de ter responsabilidades não executivas no banco quando ficar resolvido o problema da estrutura acionista, Santos Silva afirmou: “Tenho esperança de que isso vá acontecer nos próximos tempos e é tudo o que tenho para vos dizer”.

“Se já estivesse tudo resolvido, já não estaria no BPI. Espero que até ao final do mandato esteja tudo resolvido”, já tinha dito o “chairman” do banco em fevereiro.

No domingo, o BPI informou que ficou sem efeito o entendimento entre os dois principais acionistas do banco, o CaixaBank e a Santoro Finance, que tinha sido anunciado ao mercado no passado dia 10 de abril.

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