A Itaipu Binacional registrou, nesta segunda-feira, a maior produção diária do ano. Os 274.837 MWh gerados em um único dia ajudaram a atender a alta demanda de energia dos mercados brasileiro e paraguaio devido à onda de calor que está atingindo toda região. A produção foi 25% maior que a observada nos últimos meses.
O aumento na produção diária de Itaipu vem acontecendo desde quinta-feira, acompanhando a elevação dos termômetros nos dois países. O maior consumo de energia acontece entre 14h e 22h, devido ao uso de ar-condicionado e outros sistemas de refrigeração. Neste período, aumenta a demanda de energia nos sistemas elétricos do Brasil e do Paraguai. Na segunda-feira, por exemplo, foi registrado recorde histórico da carga média diária no Sistema Interligado Nacional do Brasil (SIN-BR).
Na segunda-feira, a produção de Itaipu contribuiu com 10% de toda a energia gerada no Brasil e 77% do Paraguai. Os 274.837 MWh seriam suficientes para atender a cidade de São Paulo por três dias, o Distrito Federal por 15 dias, a cidade de Foz do Iguaçu por cinco meses e meio ou o Paraguai por cinco dias. A expectativa é que agora a produção diminua, acompanhando a tendência de queda da temperatura.
Na semana passada, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, publicou um alerta sobre o aumento da temperatura devido a uma onda de calor. De acordo com o órgão, o inverno deste ano foi um dos mais quentes desde 1961.
O consumo de eletricidade aumentou pelo quarto mês consecutivo, encerrando agosto com carga de 66.235 megawatts médios, volume 3,9% maior na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados preliminares do Boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
No mercado regulado, no qual estão residências e pequenas empresas, foram consumidos 41.179 MW médios, montante 5,0% maior. O restante, 25.056 MW médios, quantidade 2,2% maior, foi fornecido para a indústria e companhias de grande e médio porte que compram sua energia no mercado livre.
De acordo com o boletim, os dias mais quentes têm influenciado um uso maior de equipamentos de refrigeração, especialmente no segmento regulado, enquanto uma produção maior em quase todos os ramos de atividade econômica monitorados, combinada com um movimento intenso de migração de novos consumidores, tem provocado uma demanda maior no ambiente livre.
A CCEE acompanha em tempo real o consumo de energia em 15 setores da economia do país. Em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, 10 deles tiveram aumento. Destaque para o comércio (10,2%), que ampliou as vendas devido aos menores preços praticados, principalmente de produtos da cesta básica. Também o segmento de extração de minerais metálicos (8,6%), que acompanhou o cenário positivo do mercado internacional, e alimentícios (6,8%).
As maiores quedas foram registradas pela CCEE na fabricação têxtil (-3,1%), que segue impactada pela escassez de matéria-prima no mundo; na indústria química (-4,9%), que tem sofrido com forte concorrência internacional, principalmente nos subsetores relacionados de adubos e fertilizantes; e no ramo de veículos (-6,0%), que ainda dimensiona necessidades de produção após o fim do subsídio governamental para o setor.
No mês passado, quase todos os estados brasileiros consumiram mais energia. No comparativo anual, a CCEE destaca o Maranhão (29,5%) e o Acre (25,5%), com demandas maiores influenciadas principalmente pelo mercado livre, e Amazonas (14,3%) e Mato Grosso (15,6%), com consumo impactado significativamente por temperaturas mais altas que a média registrada no mesmo período do ano passado. Apenas três estados tiveram demanda menor: Rio Grande do Sul (- 2,5%), Espírito Santo (- 2,2%) e o Amapá (- 1,6%).
Em agosto, as hidrelétricas produziram 44.293 MW médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), 1,6% mais energia que no mesmo período do ano passado. Já as termelétricas entregaram 9.675 MW médios para a rede, volume 2,2% maior no comparativo anual. As fazendas solares produziram 2.578 MW médios, avanço de 62,8%. E os parques eólicos tiveram uma retração de 2,1%, gerando 12.499 MW médios.
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