A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta terça-feira a criação de uma comissão de inquérito para analisar o que aconteceu no escândalo da criptomoeda $LIBRA, com a qual o presidente do país, Javier Milei, se envolveu com publicações em suas redes sociais.
A iniciativa foi aprovada com 128 votos a favor, 93 contra e sete abstenções na Câmara, onde o partido governista não tem maioria e muitas vezes fica à mercê do kirchnerismo, a força mais votada, de acordo com informações do jornal Clarín.
Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou a interpelação de quatro autoridades, incluindo o chefe de gabinete, Guillermo Francos, o ministro da Economia, Luis Caputo, e o ministro da Justiça, Mariano Cúneo, para dar explicações sobre o caso das criptomoedas.
No Senado, por apenas um voto, o governo Milei conseguira, em fevereiro, impedir a criação de uma CPI sobre o escândalo envolvendo a criptomoeda.
O presidente Milei acumulou dezenas de queixas contra ele depois que instruiu o Escritório Anticorrupção, em meados de fevereiro, a investigar membros do governo sobre um golpe de criptomoeda que ele mesmo promoveu em suas redes sociais, embora tenha se desassociado posteriormente.
Milei publicou um post incentivando as pessoas a investirem no token de criptomoeda $LIBRA apenas três minutos após seu lançamento público. O valor da moeda aumentou exponencialmente e depois despencou, arruinando as milhares de pessoas que haviam investido.
A notícia ampliou a crise nos mercados financeiros argentinos. O índice de risco país, medido pelo J.P. Morgan, ultrapassa 1.000 pontos-base, ficando na casa de 1.009 unidades.
O dólar paralelo (blue) também subiu nesta terça-feira, fechando em US$ 1.340 para compra e US$ 1.360 para venda, uma nova máxima desde agosto passado. Acumula um aumento de US$ 50 nos últimos dois dias. A diferença em relação ao dólar oficial chega a 26%.
Com informações da Europa Press