De acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Carnaval deste ano deve movimentar mais de R$ 12 bilhões em receitas no país, um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior. Segundo a CNC, a desvalorização do real frente ao dólar e a diversidade de atrativos do país impulsionaram esse crescimento.
Durante o Carnaval, o RIOgaleão (concessionária que administra o Aeroporto Internacional Tom Jobim) estima a movimentação de 674 mil passageiros, sendo 411 mil em voos domésticos e 263 mil em voos internacionais. O levantamento foi feito considerando o período entre 25 de fevereiro e 10 de março. O número representa um crescimento de 22% em relação à festa de 2024. No total, estão previstos 4.271 voos, um aumento de 23% em comparação ao ano anterior.
As principais origens e destinos no período incluem Guarulhos, Santiago, Recife, Buenos Aires e Salvador.
Para o economista Robson Pereira, professor da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa, o Carnaval é um momento do ano em que alguns setores da economia são mais favorecidos do que outros, “em particular, hotelaria, restaurantes, confecções típicas e transportes tendem a ter a demanda elevada nessa época, de forma direta. E não podemos nos esquecer dos impactos indiretos do maior dinamismo sazonal desses setores, por conta da maior movimentação de turistas e locais, sobre o pequeno comércio, por exemplo.”
“Por outro lado, alguns segmentos tendem a ver uma demanda menor, por conta do feriado e pontos facultativos. De todo modo, as pesquisas conjunturais de comércio e serviços que são divulgadas pelo IBGE têm um tratamento sazonal para o período, ou seja, excluem os impactos do calendário quanto divulgam os resultados de faturamento e volume de vendas”, comenta.
Por outro lado, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), os feriados nacionais de 2025 devem resultar em uma perda de faturamento de cerca de R$ 19,8 bilhões para o varejo paulista . O montante é 1,7% maior em relação ao ano passado, o que significa, em termos monetários, um aumento de R$ 323 milhões. Assim como ocorreu em 2024, boa parte dos feriados deste ano coincidirá com o fim de semana – e isso explica, em parte, essa alta relativamente tímida no montante de perdas.
“Contudo, haverá mais ‘pontes’: cinco, contra duas no ano passado”, diz a entidade.
Dentre as cinco atividades analisadas, três devem registrar aumento na perda de faturamento em comparação a 2024. As lojas de móveis e decoração podem apresentar a maior alta proporcional (27,5%), deixando de faturar R$ 488 milhões, mas é importante destacar que é o segmento de menor receita, sendo comum grandes variações de um ano para o outro. Já em termos absolutos, a projeção é de que o setor de lojas de vestuário, tecidos e calçados aponte o maior aumento nas perdas de receita. Estima-se que a atividade vai deixar de faturar R$ 2,28 bilhões em 2025 em decorrência dos feriados nacionais – quase R$ 200 milhões a mais do que o projetado para o ano passado -, um crescimento de 9,6%.
De acordo com a Fecomércio-SP, “o montante de perdas das farmácias e perfumarias será 4,2% superior ao último ano (R$ 2,69 bilhões). Por outro lado, nos supermercados é esperada uma leve queda de 0,9% no montante de perdas estimadas. A atividade, embora com variação modesta, tem a maior influência no resultado total, com uma redução estimada de R$ 9,33 bilhões, quase a metade (47%) do total previsto para o setor. O grupo de outras atividades, por sua vez – no qual predomina a venda de combustíveis -, sofrerá decréscimo de R$ 5,06 bilhões, praticamente estável (-0,2%) em relação a 2024.”
A federação lembra que, com feriados e “pontes”, as famílias gastam mais com atividades do setor de serviços, como transporte, bares e restaurantes. Isto é, se de alguma forma o comércio pode ser prejudicado, o turismo, por exemplo, ganha fôlego nessas datas. nesse sentido, os feriados são de extrema importância para o setor e para algumas regiões do estado, como o litoral.
A expectativa da Fecomércio-SP é que o varejo paulista tenha faturado R$ 1,4 trilhão em 2024, ou seja, uma perda de R$ 19,5 bilhões – que, se confirmada, representaria apenas 1,4% da receita anual do setor.
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