Chongqing, 29 nov (Xinhua) — “Queria duas porções de rolo de carne bovina brasileira!” Em um restaurante de hot pot no distrito de Jiangbei, no Município de Chongqing, sudoeste da China, o comensal Gao Mingbo ansiosamente apontou seu ingrediente favorito no menu.
Gao, que tem bastante conhecimento sobre comida, disse: “A carne bovina brasileira no hot pot é macia e tem um ótimo sabor. Não consigo esquecer da mesma após tê-la tentado uma vez”.
O Brasil e Chongqing, um na América do Sul e outro no interior da China, estão separados por milhares de quilômetros. No entanto, graças à contínua abertura da China e à construção do Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo, esses dois lugares distantes estão agora intimamente ligados.
Tudo pode ser fervido e todos os sabores acabam convergindo em uma panela. O hot pot de Chongqing é uma culinária amada pelo povo chinês. Hoje em dia, a carne bovina brasileira se tornou uma dieta popular para hot pot em muitos restaurantes em Chongqing.
“A carne bovina brasileira, com sua cor viva e excelente sabor, acrescenta um sabor exótico único ao hot pot. Nosso restaurante oferece dezenas de variedades, incluindo carne bovina, peito bovino e bife bovino do Brasil, que são muito populares entre os clientes”, disse Li, gerente de uma rede de restaurantes de hot pot em Chongqing.
Com a melhoria dos padrões de vida, a demanda da China por carne de alta qualidade está aumentando. O Brasil, como uma potência agrícola, tem as vantagens de um clima adequado e terras férteis, juntamente com vastas pastagens e tecnologias maduras de processamento de carne, resultando em alta produção de carne bovina a custos mais baixos.
Nos últimos anos, as importações chinesas de produtos agrícolas, como a carne bovina brasileira, aumentaram significativamente. De acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas (AGA) da China, o número de fábricas brasileiras aprovadas para exportar carne para a China aumentou de 106 para 144 em 2024.
A razão pela qual a carne bovina brasileira ocupa o lugar no mercado chinês é inseparável do apoio do Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo. A Chongqing Hondo Agricultural Group Co., Ltd. é uma das primeiras empresas chinesas a importar carne bovina de países latino-americanos. No entanto, durante muito tempo, altos custos e o longo tempo de logística limitaram a competitividade da empresa no mercado.
Zhu Gangquan, vice-gerente geral da Hondo, explicou que, no passado, a empresa transportava carne bovina por transporte combinado marítimo-fluvial. A carga partia do Porto de Santos, no Brasil, e levava mais de 50 dias de transporte marítmo.
Depois de chegar aos portos de Shanghai e Qingdao, geralmente levava dez dias ou mais em espera da quarentena e do desembaraço alfandegário antes de ser transferida para barcos fluviais e transportada para Chongqing pelo rio Yangtze, o que levava mais dez dias a meio mês. No total, demorava mais de dois meses.
No entanto, com a abertura do Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo, surgiu um “ponto de virada”. Como um dos principais projetos da Iniciativa Cinturão e Rota, o novo corredor foi concluído em 2017, conectando as regiões ocidentais da China ao mundo mais rapidamente.
O novo corredor reduziu o tempo de logística do Brasil a Chongqing em quase 20 dias, economizando milhares de yuans de custo logístico de cada contêiner. Também oferece serviços de financiamento da cadeia de suprimentos, armazenamento, logística e desembaraço aduaneiro, o que melhora efetivamente a taxa de transação comercial. “Isso realmente nos trouxe benefícios tangíveis”, disse Zhu.
Atualmente, mais de 60% da carne bovina brasileira da Hondo é transportada pelo novo corredor.
Esse encontro através dos oceanos enriqueceu as mesas de jantar do povo chinês. Além da carne bovina brasileira, mais tipos de ingredientes latino-americanos também estão chegando a Chongqing através do novo corredor. Segundo as estatísticas, no primeiro semestre de 2024, o valor da carne importada do Brasil para Chongqing atingiu 730 milhões de yuans (cerca de US$ 100,93 milhões), um aumento anual de 43,1%.
O encontro entre a carne bovina brasileira e o hot pot de Chongqing não é apenas um banquete de comida, mas também um microcosmo de fortalecimento econômico e comercial entre a China e o Brasil.
O comércio da China com o Brasil subiu 9,9% nos primeiros 10 meses de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado, sustentando o aprofundamento econômico e comercial entre os dois países. A taxa de crescimento foi 4,7 pontos percentuais mais alta do que a taxa de crescimento geral do comércio exterior da China, conforme mostrado pelos dados da AGA.
O comércio da China com o Brasil atingiu 1,14 trilhão de yuans de janeiro a outubro, incluindo 432,08 bilhões de yuans em exportações e 708,15 bilhões de yuans em importações, ambos registrando um crescimento estável. Fim