Carrefour: vendas de R$ 19,5 bi e rentabilidade no 2T

348
Carrefour (Foto: José Cruz/ABr)
Carrefour (Foto: José Cruz/ABr)

O Grupo Carrefour Brasil apresentou forte crescimento em mais um trimestre. As vendas brutas tiveram um aumento de 10.7% em comparação ao 2T20 e 28% no período de dois anos. Já o Ebitda ajustado atingiu o patamar de R$ 1,4 bi no período, com 7,8% de margem.

As vendas consolidadas do grupo alcançaram um total de R$ 19,5 bilhões no 2T21, crescimento de 10,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (9,4%, ex-gasolina). Com este resultado, o grupo atingiu um crescimento de 28% para o segundo trimestre acumulado de dois anos. Esse desempenho vem em meio a um ambiente volátil devido à pandemia de Covid-19, que impactou o segundo trimestre de 2021 com restrições em lojas que variaram em cada região do país, inflação alta, mas em desaceleração, de 15,3% (últimos 12 meses) e difícil base de comparação.

Um dos principais destaques do trimestre foi a finalização da conversão das 29 lojas Makro para a bandeira Atacadão (28 lojas e 1 atacado de entrega), adquiridas em 2020. Com previsão de serem finalizadas no período de 12 a 15 meses, após aprovação das autoridades, o cronograma foi adiantado e todo o processo levou seis meses. Conforme já anunciado, as vendas nos primeiros meses de operação indicam que a meta de maturação inicial será atingida até o final de 2021, o que nos levou a revisar nossas estimativas iniciais para cima.

As operações de varejo continuaram a mostrar resultados consistentes, que são ainda mais interessantes se comparados ao período pré-pandemia – as vendas totais cresceram em 13,2% no período de dois anos, impulsionado tanto por alimentos (+ 13,8%) quanto por não alimentos (+ 12,4%). Contudo, no 2T21, as vendas totalizaram R$ 5,4 bilhões, uma redução de 11,4% no LfL (ex-gasolina), afetada principalmente pelo desempenho das vendas do segmento não alimentar, que foram 24,5% menores em uma base LfL.

Espaço Publicitáriocnseg

O lucro bruto consolidado do varejo foi de R$ 1,2 bilhão ou 24,7% das vendas líquidas. Em comparação ao 2T19, a margem bruta permaneceu estável, beneficiada por um novo modelo comercial, com promoções mais diluídas ao longo da semana, clientes mais recorrentes, aumento do share of wallet. O Ebitda ajustado consolidado do varejo atingiu R$ 316 milhões no 2T21, ou 6,5% das vendas líquidas. Em um período de dois anos, o Ebitda do varejo cresceu 32,7% e a margem melhorou em 1,2 pontos percentuais.

No multiformato, ao compararmos ano a ano, o segmento alimentar teve um leve crescimento de 0,5% LfL (excluindo e-commerce). Já o não alimentar, registrou queda de 9,5% Lfl, impactada pelo desempenho do segmento de não alimentos, que diminuiu 24,1% Lfl devido à forte base comparável do 2T20, quando registrou um crescimento de 54,2% (80% em eletrodomésticos). Para esta queda, consideramos que o fim do auxílio emergencial e a reabertura das lojas físicas específicas contribuíram para o resultado. Além disso, o desempenho do segundo trimestre do ano passado foi bastante impulsionado pela conveniência de que o setor foi o único, entre os varejistas, autorizado a continuar aberto em meio às restrições de circulação de pessoas. Além disso, a segurança do modelo one-stop-shopping dos nossos hipermercados e um bom mix de produtos com ótimo custo-benefício atraiu mais clientes. Outro ponto que vale ser considerado é que, diferentemente do primeiro ano da pandemia, o consumidor deixou de equipar sua casa, focando no abastecimento de suas despensas.

Já os produtos de marca própria, com aproximadamente 3.100 itens (aumento de 23%), continuam sendo um foco importante. Os volumes continuaram a crescer e atingiram + 3% no 2º trimestre de 2021, em cima de um crescimento de 18% no mesmo período de 2020. Corredores saudáveis ​​agora estão disponíveis em 94 supermercados, oferecendo, aproximadamente, 3.450 itens de produtos saudáveis e orgânicos.

As vendas brutas do Atacadão no 2T21 atingiram R$ 14,1 bilhões, impulsionadas pelo crescimento LFL de 10,2%, sendo o quarto trimestre consecutivo de crescimento de dois dígitos – e expansão de 9,5%, impulsionado pelo plano acelerado, com a abertura de 19 lojas e 1 atacado de entrega no trimestre (incluindo 17 conversões da loja Makro, completando as conversões mais rápido do que o esperado). Ao longo de 2 anos, o crescimento das vendas do Atacadão foi de 35,9% (19,7% Llf), demonstrando a atratividade deste formato e a assertividade da estratégia comercial.

O lucro bruto cresceu 13,7% no trimestre, para R$ 1,9 bilhão e a margem bruta foi de 14,8%, refletindo as decisões estratégicas para acentuar a competitividade e acelerar a abertura de lojas. Como resultado da forte aceleração da expansão, o SG&A atingiu R$ 1 bilhão ou 8% da receita líquida (+ 25,6% ou +0,4 p.p. vs. 2T20, respectivamente). Em 2 anos, no entanto, o Atacadão apresentou uma diluição de 0,1 p.p. nas despesas com vendas, gerais e administrativas, comprovando a capacidade de seu modelo altamente eficiente de absorver custos. O Ebitda ajustado atingiu R$ 881 milhões no trimestre, 2,3% superior ao 2T20, com margem de 6,9%. Em comparação ao 1T21, a margem Ebitda Ajustada já melhorou 0,3 pontos percentuais.

Os resultados iniciais das conversões das lojas Makro foram extremamente satisfatórios e significativamente acima das estimativas iniciais. As inaugurações ocorreram mais rápido do que o esperado, em apenas seis meses – a estimativa inicial era de 12 meses -, e as vendas nos primeiros meses de operação indicam que a meta de maturação inicial será atingida até o final de 2021, o que fez com que o Grupo revisasse as estimativas iniciais para cima.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui