Com 99,821% das urnas apuradas, o candidato da esquerda, Pedro Castillo, tinha 50,193% dos votos (8.746.931), contra 49,807% (8.679.815) da direitista Keiko Fujimori, do Fuerza Popular. A diferença de 67.116 votos levou Castillo a se declarar vencedor do pleito.
O virtual novo presidente do Peru afirmou, segundo a Folha de S.Paulo, que o “povo falou” e que, “de acordo com o relatório de nossos fiscais, já temos o resultado. Vimos que o povo impôs essa vitória por meio das urnas. Por isso, peço a vocês para não caírem em provocações”.
Centenas de milhares de camponeses desceram o altiplano das montanhas peruanas rumo a Lima para a Marcha em Defesa da vitória de Pedro Castillo.
O resultado oficial depende de 155 urnas ainda não apuradas e 1.111 com alguma irregularidade, que ainda terão seu destino julgado pela Junta Nacional Eleitoral (JNE), que prometeu tomar a decisão com transmissão ao vivo.
A filha do ex-ditador Fujimori se apega a essas urnas para sustentar que pode vencer a eleição. O discurso, porém, parece mais destinado a suportar um pouco provável golpe. Segundo a Oficina Nacional de Procesos Electorales (ONPE), a Missão de Observadores da União Interamericana de Órgãos Eleitorais apresentou relatório no qual afirma que o pleito ocorreu de modo regular e com êxito, declaração corroborada pela Missão de Observação Eleitoral da OEA, composta por 40 membros e liderada pelo ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramírez Lezcano.
Para a ONPE, eventuais inconformidades “não comprometeram a eleição como um todo” e podem ser “resolvidas pela via legal”. Pouco menos da metade das urnas questionadas (515) são de Lima, onde Keiko venceu com 65% dos votos contra 35% de Castillo. Mesmo assim, teria que acontecer uma avalanche de votos nessas urnas para a direitista conseguir virar o resultado.
Matéria atualizada às 20h09
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