Catadores de recicláveis do Rio ficam sem trabalho e renda

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Com a pandemia do coronavírus, os catadores de materiais recicláveis do Rio de Janeiro atualmente estão sem trabalho nem renda: o serviço de coleta seletiva não foi considerado essencial pelas prefeituras, nas medidas tomadas por conta da Covid-19, que já vitimou mais de uma centena de pessoas no país.

As poucas cooperativas que estão operando parcialmente têm que lidar com o medo do vírus, já que a triagem dos materiais recicláveis é manual e há risco de contaminação. Há ainda o agravante de que grande parte dos profissionais integra o grupo de risco: idosos e pessoas com doenças associadas.

"Sabemos do risco que é lidar com o resíduo, ainda mais neste momento de grave crise na saúde. Porém, 352 famílias com quem trabalhamos diretamente, em seis estados brasileiros, ficaram sem renda. São várias as dificuldades, que vão desde o fechamento de cooperativas em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, passando até mesmo pelo material que já havia sido recolhido em estoque estar sem comprador neste período de quarentena", explica Luciana Lopes, uma das fundadoras da organização Visões da Terra, consultoria em sustentabilidade que há 11 anos realiza apoio técnico a cooperativas de catadores.

A entidade abriu uma campanha de financiamento coletivo, que busca garantir uma renda emergencial de R$ 100 para cada trabalhador como primeira meta. A segunda é garantir R$ 200 para cada e a terceira, R$ 300, até que seja possível retomar as atividades ou sejam recebidos recursos via poder público.

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Os valores serão repassados integralmente às 19 cooperativas que contam com o apoio da Visões da Terra. No Estado do Rio de Janeiro são cinco: Cooptubiacanga e Cootrabon na capital, além de Coopertroni em Niterói e Coopercaxias e Coperecológica em Duque de Caxias, totalizando 72 famílias de catadores. Atualmente a campanha nacional já arrecadou R$ 5.670, da meta de R$ 115.600.

"Estamos também monitorando e contribuindo para organizar políticas públicas de renda mínima, mas a nossa maior preocupação é fazer com que os catadores sobrevivam e possam levar comida para suas casas, enquanto os projetos de lei para a renda da população não são aprovados. O tempo das leis é diferente do tempo da fome", avalia Oriana Rey, sócia da Visões da Terra.

Ontem à tarde, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Projeto de Lei que cria uma renda básica emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais, autônomos e sem renda fixa, durante a crise provocada pelo coronavírus.

Pelas regras contidas no projeto aprovado pelo Congresso, os trabalhadores deverão cumprir alguns critérios, em conjunto, para ter direito ao benefício, como não ter emprego formal; não receber benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou outro programa de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família; ter renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total (tudo o que a família recebe) de até três salários mínimos (R$ 3.135); e não ter recebido rendimentos tributáveis, no ano de 2018, acima de R$ 28.559,70.

 

Com informações da Agência Brasil

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