As atenções do mercado financeiro voltam-se para o resultado do PIB do Brasil no primeiro trimestre e o conflito entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a Suprema Corte. Tais fatores podem corroborar com a cautela, por parte de investidores e agentes econômicos, em dia marcado pela definição da Ptax no mercado de câmbio. Analistas financeiros premeditam que a economia deve mostrar a maior queda nos últimos 11 anos.
Voltando-se ao âmbito político, os ataques feitos por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, especialmente a Alexandre de Moraes e Celso de Mello, parece, à priori, atingir todos os integrantes da Corte e, por conseguinte, uni-los com mais intensidade. Ademais, Bolsonaro, ontem à noite, disse, em transmissão ao vivo no Facebook, que cargos de segundo e terceiro escalão têm sido negociados com o Centrão para garantir a governabilidade com o Poder Legislativo.
Seguindo adiante, duas videoconferências com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, podem mexer também com os ativos locais. Em uma live do BTG Pactual, ontem à noite, Campos Neto disse que a política monetária "não está exaurida", descartou o uso de outras ferramentas agora porque podem causar prejuízo, e mostrou otimismo sobre a aprovação de reformas estruturantes no segundo semestre. Também disse que o BC seguirá com as intervenções no câmbio e citou a incerteza em relação à duração do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus.
Finalmente, chegando-se à esfera sanitária, o Brasil registrou novo recorde, com mais de 26 mil novos casos da doença em 24 horas e 1.156 óbitos. O país possui, no total, 438.238 diagnósticos confirmados e 26.754 vítimas fatais, de acordo com dados oficiais do Ministério da Saúde.
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Pedro Molizani
Trader Mesa de Câmbio Travelex Bank