Cenário externo aumenta a volatilidade dos indicadores de renda fixa

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A incerteza dos investidores do segmento de renda fixa, gerada após o resultado das eleições norte-americanas, refletiu na volatilidade dos indicadores financeiros no início de novembro. É o que mostra o Panorama Anbima deste mês, divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
A análise relaciona os ajustes nos preços dos ativos domésticos (que ocasionou perdas em algumas carteiras) e no câmbio à perspectiva de um ambiente externo desfavorável para os mercados emergentes. O cenário se refletiu na queda do IMA-B 5+, que captura a performance dos títulos indexados acima de cinco anos marcados a mercado, que registrou perda de 4,8% até o dia 10 de novembro. A avaliação é que a possibilidade de novos aumentos nas taxas americanas influencie a trajetória dos juros no Brasil a médio e longo prazos.
O cenário de instabilidade impacta as estratégias dos investidores no mercado local. Projeções do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima apontam inflação de 6,8% para este ano, confirmando a desaceleração inflacionária esperada pelo mercado. A recente piora das expectativas quanto ao nível de atividade, ainda que reforce perspectivas de melhora da inflação, não colabora para a formação de um ambiente favorável ao investimento.
As análises mostram ainda que persiste a desconfiança dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, que mesmo com prêmios elevados reduziram suas posições em títulos públicos no país. No ano, foi observada saída líquida de US$ 18,9 bilhões até setembro. Os desafios políticos locais seguem no radar, acompanhados do desfecho de questões como o equacionamento da dívida dos estados, o ajuste fiscal (contemplando a reforma da previdência) e os desdobramentos da Operação Lava Jato.
A redução do crédito também é apontada como reflexo da retração da economia. Como consequência, o estoque de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) se manteve estável no ano, até outubro, em relação à posição de dezembro de 2015, com R$ 207 bilhões e R$ 197 bilhões, respectivamente. Por outro lado, cresceu o estoque de Certificados de Depósito Bancário (CDB), que passou a responder por 41% do total da captação.

Mercado de Capitais

O período entre o fim de setembro e outubro foi marcado pela retomada das captações no mercado doméstico, que registraram volumes de R$ 9 bilhões e R$ 4,8 bilhões, respectivamente.
Já, as operações de debêntures atingiram R$ 3,2 bilhões no último mês.
Também foram retomada das ofertas de debêntures incentivadas, que somam R$ 1,1 bilhão no último trimestre (até 15 de novembro), elevam para R$ 2,5 bilhões o montante de ativos emitidos em 2016 direcionados para o financiamento de infraestrutura.

Fundos de Investimento

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De acordo com o panorama, rentabilidades dos fundos de investimentos recuaram após o resultado das eleições norte-americanas. “Fundos de ações e fundos de renda fixa com duração alta estão entre os mais afetados pela mudança de cenário”, diz a análise.

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