Cerca de 1,6 milhão de brasileiros podem ser consumidores laranjas

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Maquininha de cartão (Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado)
Maquininha de cartão (foto de Jefferson Rudy, Agência Senado)

Estudo inédito da Serasa Experian identificou que, atualmente, cerca de 1,6 milhão de brasileiros podem ser considerados laranjas. Pessoas laranjas são aquelas que emprestam (mediante pagamento ou não) seus dados pessoais, como nome, CPF e conta bancária, para que outras pessoas registrem bens ou movimentem dinheiro sem serem identificadas.

A conta laranja tem como objetivo a lavagem de dinheiro ou enriquecimento ilícito e é considerada crime. Um dos motivos para esse aumento na quantidade de perfis laranjas é a dificuldade de identificar essas pessoas, pois seu perfil se assemelha aos dos proprietários de contas legítimas ou, muitas vezes, são de usuários legítimos. De todas as contas laranjas, 70% são contas alugadas com consciência ou coparticipação do titular. O restante são vítimas que têm seus dados roubados.

De acordo a estimativa do Banco Central (BC), os golpes no sistema financeiro brasileiro bateram a marca de R$ 2,5 bilhões de prejuízos em 2022. Em virtude desse alto valor, o BC sinalizou no mesmo ano que estuda responsabilizar bancos por transações fraudulentas envolvendo ‘contas laranjas’.

– A movimentação financeira pode ser realizada pelo usuário ou pelo fraudador. Ou seja, neste tipo de fraude nem sempre o cliente da instituição financeira é a vítima, pois ele pode estar envolvido no crime. A conta laranja também é utilizada para emitir cartões de crédito, fazer compras, solicitar empréstimos e para transferências de dinheiro de origem ilícita via Pix.

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“O Pix tem sido um mecanismo de golpes de contas laranjas, pois facilita ao fraudador realizar múltiplas transferências de valores para diferentes instituições financeiras instantaneamente, o que torna difícil rastrear os montantes. Por isso, é importante que empresas, consumidores e organizações atuem juntos, com meios de proteção em camadas, para combater à fraude”, diz o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.

O combate a esse tipo de crime deve ser feito também pelas empresas, que sofrem com os prejuízos causados pelos golpistas. “Em virtude da urgência do tema, criamos uma solução analítica pioneira no mercado que atua em diversas etapas da jornada do cliente, como na abertura de uma conta, gestão de carteiras ou transação. É possível utilizar essa tecnologia para se proteger e identificar o laranja, evitando prejuízos financeiros, reputacionais e possivelmente regulatórios relacionados a esse tipo de golpe sem perder o foco na experiência e segurança do cliente final”, explica o executivo.

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